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Filmes e Séries - Por Barbara Demerov

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“A pressão é incomparável a tudo que já senti”, diz Austin Butler sobre interpretar Elvis

Além do ator, o diretor Baz Luhrmann e a atriz Olivia DeJonge conversaram com a Vejinha sobre o longa, que entra em cartaz no dia 14 de julho

Por Barbara Demerov
1 jul 2022, 06h00
Imagem mostra homem de topete e gel no cabelo em cima de palco, vestindo terno rosa, estendendo a mão para multidão na plateia
Elvis estreia nos cinemas em 14 de julho. (Kane Skrennar/Divulgação)
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‘Elvis’, filme do diretor Baz Luhrmann (‘Moulin Rouge’ e ‘O Grande Gatsby’), estreia nos cinemas em 14 de julho e promete entregar, ao longo de 2h40 de duração, uma jornada emocionante sobre o famoso “rei do rock”. Quem encarou o desafio de viver o artista nas telonas foi Austin Butler, enquanto o veterano Tom Hanks (‘The Post — A Guerra Secreta’) interpreta o empresário Coronel Tom Parker.

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A superprodução engloba a primeira apresentação de Elvis, a época em que é descoberto por Parker e sua história com Priscilla Presley (Olivia DeJonge, recentemente vista em ‘A Escada’). À Vejinha, Luhrmann, Butler e Olivia falam sobre os detalhes do longa, que foi exibido no último Festival de Cannes e ovacionado por cerca de dez minutos em sua primeira exibição para o público.

Imagem mostra homem de óculos escuros dentro de carro.
Longa foi ovacionado por cerca de dez minutos no Festival de Cannes. (Kane Skrennar/Divulgação)

NÃO É SÓ UMA BIOGRAFIA

“Nós nos concentramos em três períodos para explorar não tanto Elvis, mas a América no geral. Elvis é uma espécie de tela para pintar os Estados Unidos nos anos 50, 60 e 70”, diz o cineasta. “Ele está no centro como um para-raios cultural. O ‘elvis rebelde’ não tentou ser um rebelde: ele se encontrou em meio a um tempo e a um país que viviam o pós-guerra”, explica.

“Nos anos 60, tudo era pop e existia muito materialismo. Havia um pouco de desconexão entre alguns dos valores da vida. Então, você entra nos anos 70, e eu comparo essa época a você chegar a uma festa divertidíssima, mas uma hora tudo se torna sombrio e fora de controle.” Luhrmann mergulhou na história de vida do artista, mas reforça que nunca quis fazer “apenas” uma cinebiografia.

Um de seus trunfos na manga foi a escalação de Tom Hanks. “Graças a Deus, eu tinha Tom, que foi corajoso o suficiente para ser tão grande quanto Tom Parker. Não é exagero quando dizem o quão gigante acima do personagem principal — no caso, Elvis — Parker conseguia ser. Tom chegou a esse nível.”

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Butler, que passou meses se preparando para o papel principal, solta a voz em Elvis. Ele conta que se surpreendeu com o fato de que muitos jovens com quem conversou nos últimos tempos não estarem familiarizados com o astro. “Eles até podem nomear uma de suas músicas, mas às vezes não conhecem nenhuma. Isso me chocou. Lembro de um jovem outro dia que disse que nunca ouviu Blue Suede Shoes. Antes, eu simplesmente assumia que todo mundo o conhecia.”

Após a estreia mundial, o ator espera que o cenário mude. “Torço para que o lançamento possa ser uma espécie de janela para a essência de quem ele era.”

UM FARDO ESPECIAL

Butler ainda relembra como se sentiu ao ser selecionado. “A pressão é incomparável a qualquer coisa que eu já senti. Reconheço que vem do desejo de fazer justiça a Elvis, de deixar sua família orgulhosa. É um privilégio, mas a forma como isso se manifestou para mim foi intensa.” Ele relata que acordava às 4h todas as manhãs, suando frio antes de ir ao set. “Era como se estivesse prestes a entrar em uma batalha. E essa é uma maneira chocante de acordar”, brinca.

Já para Olivia, que vive Priscilla Presley, um dos grandes amores da vida de Elvis, o desafio consistiu em viver uma pessoa que ainda está viva. “Interpretar alguém que era um ícone é uma coisa. Mas interpretar alguém que é capaz de assistir ao filme pode fazer com que o processo se torne estressante. Eu me senti intimidada. Mas, pelo que eu soube, ela adorou o filme. Confesso que soltei um suspiro de alívio quando ouvi isso.” Após toda a pesquisa, a atriz define o que Priscilla significou para o astro: “Penso que ela era a representação de ‘lar’ para Elvis”.

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A VISÃO DO DIRETOR

“Eu não poderia fazer um filme que durasse 42 anos e não queria algo protocolar, então usei dispositivos dramáticos para comprimir bem as coisas. Sempre mantendo a verdade absoluta, porque Elvis teve uma vida extraordinária — não importa de que maneira você a veja”, diz o diretor Baz Luhrmann.

Ele seguiu uma pergunta específica para selecionar os acontecimentos. “Alguém me questionou: ‘A história é tão interessante mesmo?’. E essa era uma pergunta legítima. No fim, encarei uma jornada sem precedentes.”

ELVIS TAMBÉM FOI ATOR

Além da prestigiada carreira na música, Elvis Presley se aventurou no cinema e conquistou mais fãs por isso. Entre seus filmes mais conhecidos que influenciaram toda uma geração, estão ‘Ama-Me com Ternura’ (1956), ‘O Prisioneiro do Rock’ (1957), ‘Balada Sangrenta’ (1958), ‘Saudades de um Pracinha’ (1960), ‘Feitiço Havaiano’ (1961) e ‘Amor a Toda Velocidade’ (1964).

Ele também foi cotado para interpretar o protagonista Tony em ‘Amor, Sublime Amor’, mas Richard Beymer acabou ficando com o papel.

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Publicado em VEJA São Paulo de 6 de julho de 2022, edição nº 2796

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