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Como compreender as sete leis universais do Caibalion e aplicá-las

Lúcia Helena Galvão, professora de filosofia da organização Nova Acrópole, explica o que está por trás dos princípios

Por Lúcia Helena Galvão em depoimento a Helena Galante
14 jan 2022, 06h00
Imagem mostra pintura abstrata de cores pastéis, pintada à aquarela.
As sete leis universais teriam sido embasadas na tradição egípcia antiga. (Getty Images/Ekely/Divulgação)
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Um pequeno livro lançado em 1908 pela Yogi Publication Society, em Chicago, nos Estados Unidos, intitulado O Caibalion, causa até hoje fascínio e estranheza. Embora sem um autor declarado (sua autoria é atribuída aos “três iniciados”), tudo leva a crer que o mesmo tenha sido escrito por William Walker Atkinson, escritor americano prolífico que tratava desde temas de cunho esotérico até os mais prosaicos, como o segredo do sucesso.

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Esta obra trata das sete leis universais que teriam sido embasadas na tradição egípcia antiga. De fato, a redação da primeira e da segunda lei pode ser encontrada de forma muito semelhante na Tábua de Esmeralda, documento de base egípcia que data de aproximadamente 650 d.c.

Em O Caibalion, as sete leis são enunciadas e descritas, em sua aplicação às situações da vida, desde a micro até a macromatéria, passando pela vida do homem em sua chave psicológica. Este é um tema sobre o qual eu sempre me debrucei e estudei, sobre o qual dei aulas muito concorridas.

As leis são da categoria de ensinamentos que a reflexão pode testar à vontade e que suscitam muitos paralelos elucidativos em sua aplicação à vida. Vamos a uma síntese de cada uma.

Princípio do Mentalismo

O todo é mente, o Universo é mental. Relembra o “mundo das ideias” platônico, pois supõe que tudo aquilo que se concretiza no plano manifestado nasceu no plano mental, quer na mente divina, quer na humana.

Princípio da Correspondência

O que está acima é como o que está abaixo, e o que está abaixo é como o que está acima. Nesse caso, cabem interessantes observações acerca das semelhanças de forma entre o todo e a parte.

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Princípio da Vibração

Nada está parado, tudo se movimenta, tudo vibra. faz-nos lembrar da vibração atômica em todos os objetos materiais. Esta lei sinaliza que a sutileza e rapidez da vibração estaria associada ao nível evolutivo da consciência dos seres que habitam essas formas.

Princípio da Polaridade

Tudo é duplo; tudo tem polos; tudo tem seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em graus. Conhecido como princípio da dualidade, aponta para a inexistência de absolutos na manifestação.

Princípio do Ritmo

Tudo flui, para fora e para dentro; tudo tem suas marés; todas as coisas se levantam e caem. Este princípio trata da lei da ciclicidade, que, em todos os campos, rege a vida, como nas quatro estações. Através da maturidade que a sabedoria proporciona, o homem poderia colocar a sua consciência acima desses fluxos, num estado de serenidade e paz.

Princípio de Causa e Efeito

Toda causa tem seu efeito, todo efeito tem sua causa; tudo acontece de acordo com a lei. Conhecido na Índia como lei do Karma, este princípio também encontra um paralelo na tradição cristã, na frase baseada nas cartas de Paulo: A semeadura é livre, porém a colheita é obrigatória.

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Princípio do Gênero

O gênero está em tudo; tudo tem seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos os planos da existência. Não se trata, aqui, de sexo, mas das forças opostas e combinadas da natureza, como os polos negativo e positivo de uma bateria, ou o Yin e o Yang da tradição taoista.

Imagem mostra mulher de roupa azul sobre fundo branco
Lúcia Helena Galvão é professora de filosofia da organização Nova Acrópole do Brasil há 31 anos, tendo acumulado mais de 50 milhões de visualizações em suas falas na internet. Poetisa e escritora, publicou livros como Canções para Despertar Sophia (2000), Sonhos Trilhando o Tempo (2005), Instantes de um Tempo Interior (2011), Observações Matinais (2015) e O Aroma do Lótus (2020). No novo livro, Para Entender o Caibalion, busca tornar mais acessível a leitura da misteriosa obra O Caibalion. (Crédito/Divulgação)

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Publicado em VEJA São Paulo de 19 de janeiro de 2022, edição nº 2772

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