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“Não há espaço para o medo nem na ciência nem na vida”

Doutora em administração, Alessandra Montini acredita que o conhecimento pode salvar o mundo e trazer felicidade aos seus habitantes

Por Alessandra Montini
Atualizado em 31 Maio 2019, 06h00 - Publicado em 31 Maio 2019, 06h00
Inteligência para mudar o mundo (ROMEOCANE1/Getty Images)
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FERRAMENTAS BEM-VINDAS Sou uma apaixonada por tecnologia, fã de Jornada nas Estrelas e ligada em qualquer novidade que possa tornar nossa vida mais confortável. As pessoas podem não ter clareza ainda do que são conceitos como Big Data e inteligência artificial, mas essas ferramentas já fazem parte do nosso dia a dia.

VOCAÇÃO PARA COMPARTILHAR Comecei minha carreira como professora de magistério na periferia de São Paulo. Hoje dou aula a universitários de diferentes perfis e executivos assumidamente nerds do MBA. Em comum, vejo em todos um fundinho de medo de qualquer mudança. Como educadora, eu me proponho a ser uma líder, um exemplo destemido a ser seguido. Não há espaço para o medo nem na ciência nem na vida. Estou determinada a contar para o máximo de pessoas o que há de novo que pode ajudá-las.

INTERESSES MÚLTIPLOS Para ampliarmos nossa visão e termos ideias criativas, sempre é bom nos expormos a ambientes diferentes. Viajar, frequentar exposições de arte, conversar com novas pessoas, estudar, tudo pode ajudar a abrir nossa cabeça. Quando faço isso, eu me torno uma cientista com mais instrumentos no laboratório.

PARA PENSAR NO TODO As gerações passadas já maltrataram bastante o planeta, cabe a nós fazer as mudanças positivas. Estou empenhada em levar conhecimento de qualidade para promover o bem-estar de todos. O avanço tecnológico salva as pessoas. Sabe o que significa um médico poder entrar em contato por telemedicina com uma família que está com um bebê doente em endereço inacessível?

MAS E OS ROBÔS? Vejo muitas pessoas em pânico com a possibilidade de os robôs roubarem os empregos dos humanos. A inteligência artificial vai, sim, realizar tarefas que eram feitas por homens e mulheres. Quando inventaram o carro, quem sabia pilotar só charrete ficou sem função. Não podemos deixar de inovar e criar porque alguém vai perder o emprego. Mas sem dúvida devemos exigir responsabilidade social. Uma empresa que substitua suas vagas poderá ser obrigada a oferecer novos treinamentos a seus empregados.

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OLHO O CÉU ANTES DE OLHAR A TELA Estar conectada não precisa significar ficar distante da realidade física. Quando acordo, vou para o quintal de casa, cuido das minhas plantas, olho para o céu, vejo como está o planeta. Só depois confiro on-line a previsão do tempo para saber como planejar o meu dia. Tomo um café da manhã reforçado, sempre fazendo escolhas saudáveis. Chego ao trabalho com energia para ficar doze horas, pelo menos, todos os dias.

FLEXIBILIDADE PARA SE COMUNICAR Um professor aprende a buscar onde está o ponto de interesse do estudante para fisgar sua atenção e estabelecer com ele uma comunicação efetiva. Essa busca por engajar o ser humano, fazê-lo enxergar o valor gerado por uma mudança, pode ser ampliada para além da sala de aula. Com criatividade, é possível chegar ao coração de qualquer pessoa.

REALIZAÇÃO CONQUISTADA Vejo sentido no que faço, e isso faz toda a diferença. Não há dinheiro no mundo que pague a sensação de ver os olhos dos alunos brilhando com uma possibilidade aberta pelo conhecimento. Atender a uma demanda, em qualquer setor, é muito satisfatório. Chego em casa todo dia às 11 da noite cheia de adrenalina e felicidade. Cada prêmio de excelência no ensino, cada aluno que me agradece, cada vida que ajudei… não preciso de mais nada. Brinco que podem escrever no meu túmulo: valeu!

Prof. e Dra. Alessandra Montini.jpg
(Divulgação/Divulgação)

Alessandra Montini é doutora em administração, diretora do Labdata da FIA e professora e coordenadora do grupo de pesquisa da FEA. Nunca teve medo — nem de escalar árvores nem de robôs. Acredita que o conhecimento pode salvar o mundo e trazer felicidade aos seus habitantes.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 05 de junho de 2019, edição nº 2637.

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