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Comunicação clara faz a vida bela

Para a fonoaudióloga Ana Alvarez, as palavras são o caminho mais concreto para conectar dois ou mais cérebros

Por Ana Alvarez, em depoimento a Helena Galante
Atualizado em 8 jul 2022, 12h27 - Publicado em 8 jul 2022, 06h00

Gosto de perguntar para as pessoas o que esperam da vida. e elas frequentemente respondem: “Nada… Só peço para ser feliz!”. Como assim? Nada?! Ser feliz é o que todos queremos e, talvez, pouco alcancemos. Pesquisas recentes mostram que a sensação de uma vida feliz tem origem na alta frequência diária de eventos positivos. O que são eventos positivos? Momentos de interação social agradável, mesmo que breves.

Um olhar, um sorriso, um início de conversa têm o poder de criar uma conexão entre as pessoas e dar a elas uma sensação de inclusão, pertencimento e bem-estar. Compreensível, certo? Afinal somos seres humanos, nascemos para conviver, comunicar e construir laços sociais.

Você já parou para pensar o que há de importante na comunicação? O famoso economista Peter Drucker teria dito que o mais importante numa conversa é sempre ouvir e perceber o que deixou de ser dito. Isso porque a escolha de palavras mostraria o que uma pessoa quis dizer. Ou seja, todas as palavras que não foram selecionadas nos mostrariam o que o interlocutor optou por não revelar. Nós sabemos que as palavras têm valor.

Ao utilizar palavras, é possível criar um relacionamento. É possível melhorá-lo e, não raramente, também destruí-lo. A palavra é a ferramenta que nos permite expressar exatamente o que está se passando, se bem utilizada. Em contrapartida, o mau uso pode confundir os interlocutores e tornar as circunstâncias mais difíceis.

Às vezes me pego pensando nas brincadeiras que meu pai fazia conosco usando a especificidade das palavras. Se alguém o convidasse para jantar, ele invariavelmente perguntava se era um convite ou sugestão. Ele dizia que era bom sempre deixar as coisas bem claras, pois, se fosse um convite, o outro pagaria, o que não aconteceria se fosse só uma sugestão.

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Outra brincadeira era inverter a ordem das orações. Ao sair do restaurante, ele me perguntava: “Foi gostoso, mas foi caro; ou foi caro, mas foi gostoso?”. Ele nos fazia perceber como a simples inversão alterava o sentido das coisas. Um almoço caro, mas gostoso, valeu a pena. Um almoço gostoso, mas caro, talvez fosse melhor ter sido evitado.

Isso nos mostra que a escolha de palavras e o jeito como as organizamos numa sequência de frases são essenciais para a boa comunicação. As palavras são o caminho mais concreto que a humanidade criou para conectar dois ou mais cérebros, e isso moldou a forma como nos expressamos alinhados à nossa expressão corporal.

Toda comunicação é feita a partir dos aspectos verbais, as palavras, e dos aspectos não verbais, os gestos, o olhar, a postura: tudo aquilo que não foi dito, segundo Drucker. Quando recebemos uma mensagem pouco clara, o corpo do interlocutor frequentemente a denuncia e pode revelar um conflito: ouvimos uma coisa e sentimos outra a partir do que estamos vendo. Os nossos gestos escancaram o que a nossa mente murmura. Por isso, as palavras combinadas à expressão facial, ao olhar e aos gestos são tão importantes para se expressar com clareza, sinceridade, gentileza, empatia e compaixão.

Finalizo lembrando que a qualidade da nossa comunicação constrói a felicidade e faz mais bela a experiência de viver. Agora eu os deixo com uma pergunta: faz sentido cuidar da comunicação para ser feliz?

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Ana Alvarez é fonoaudióloga e autora de Falei sem Pensar — Como Se Comunicar Bem, com Clareza e sem Conflitos.
Ana Alvarez é fonoaudióloga e autora de Falei sem Pensar – Como Se Comunicar Bem, com Clareza e sem Conflitos (Rodrigo Zorzi/Divulgação)

A curadoria dos autores convidados para esta seção é feita por Helena Galante. Para sugerir um tema ou autor, escreva para hgalante@abril.com.br

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Publicado em VEJA São Paulo de 13 de julho de 2022, edição nº 2797

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