Por Miguel Barbieri Jr.

O filme de Otavio Cury: combinação de documentário e autobiografia

Já virou lugar-comum no cinema nacional a fórmula do documentário com toques autobiográficos — em Marighella, outra estreia da semana, a diretora é sobrinha do biografado. Já o paulistano Otavio Cury percorre aqui a trajetória de seu bisavô, o professor e dramaturgo sírio Daud Constantino Al-Khoury (1860-1939), que migrou para o Brasil em 1926. Após encontrar um livro com suas peças, em 2001, o documentarista regressou à Síria em 2009 à procura de mais informações sobre o parente e com o objetivo de montar seus textos. O resultado da jornada revela-se fatigante. Além da montagem confusa (do próprio Cury), o registro patina na falta de assunto mais amplo. Também mostra-se pretensioso ao utilizar imagens granuladas e texturizadas na intenção de parecer experimental. Como alívio, restam flagrantes das ruas e do povo da Síria, hoje tomada pela guerra civil.

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