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Instituto Tomie Ohtake exibe série Pardo É Papel, de Maxwell Alexandre

Exposição já passou pelo Rio de Janeiro e Porto Alegre

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 14 Maio 2021, 19h53 - Publicado em 14 Maio 2021, 06h00
Pintura mostra várias pessoas negras dançando, com figurinos e apetrechos diferentes. O rosto não é desenhado, só o formato
A Lua Quer Ser Preta, Se Pinta no Eclipse (2018): dança espalhada pela pintura (Gabi Carrera/Divulgação)
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O Instituto Tomie Ohtake exibe Pardo É Papel, uma série de treze pinturas do carioca Maxwell Alexandre, artista que nasceu e mora na Rocinha. São exemplos A Lua Quer Ser Preta, Se Pinta no Eclipse (2018), Novo Poder (2019) e Éramos as Cinzas e Agora Somos o Fogo (2018), essa é parte do acervo do Masp. O título da mostra remete ao suporte usado pelo artista, o papel pardo, mas também à questão racial, já que pardo também é a denominação recebida muitas vezes no país por pessoas negras de pele mais clara.

Obra sobre papel pardo. Há várias colagens como pedaços de corpo, silhuetas de corpo, diário, carro e potes de desinfetante
Obra de 2019: sobre papel pardo, ele usa materiais como graxa e grafite (Gabi Carrera/Divulgação)

No Brasil, o conjunto foi exibido no Museu de Arte do Rio (MAR) e na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. Há, porém, novidades na temporada paulistana. “Essa sala tem uma espécie de circunferência na sua parte final. Fiquei pensando como trabalhar com esse formato. Aí, criei quatro painéis novos, de pinturas douradas”, explica Alexandre, que optou por mostrar as obras, de até 3,2 metros de altura e 4,8 metros de largura, suspensas, como em um cenário com diversas camadas.

Foto mostra homem negro (Maxwell) posando em frente a fundo preto
Maxwell: mostra em São Paulo, depois de Rio e Porto Alegre (@vitoriaproenca/Divulgação)

“Os papéis cortam o ambiente. Eles também ganham movimento. Trabalho assim questões que estão além da pintura. Há um pensamento de instalação nas obras.” Sobre as referências para a construção das cenas, ele é taxativo: “Não pinto o cotidiano da Rocinha”. E dá pistas para uma melhor definição de seu trabalho. “É possível pensar na vivência de pessoas negras, mas também há outras situações, que são mais universais, como a felicidade em ver um ente querido se formando, ou mesmo a repressão policial, que, como vimos, existe também nos Estados Unidos.”

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Há uma grande faixa dourada. Desenhos de pessoas negras de costas apontam ou olham para essa faixa
Novo Poder (2019): na tela, há painéis dourados que também estão presentes em outras obras da exposição (Gabi Carrera/Divulgação)
Desenhos de diferentes temas compõem essa obra. Há formandos, o MASP, uma criança andando de cavalinho, carros, fogueiras e etc
Éramos as Cinzas e Agora Somos o Fogo (2018): multidão como protagonista (Gabi Carrera/Divulgação)

Instituto Tomie Ohtake. Rua Coropés, 88, ☎ 2245-1900. Terça a domingo, 12h às 17h. Grátis. Até 25 de julho.

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Publicado em VEJA São Paulo de 19 de maio de 2021, edição nº 2738

 

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