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Exposição no IMS traz pinturas e objetos pessoais de Clarice Lispector

Ainda integram a mostra obras de amigas da escritora, como Maria Martins e Djanira. Ideia é que as produções retratem as reivindicações femininas da época

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 21 jan 2022, 12h25 - Publicado em 21 jan 2022, 06h00

Constelação Clarice está em cartaz nos sexto e sétimo andares do Instituto Moreira Salles. A exposição envolve o visitante desde o início, com uma iluminação que deixa as salas, de paredes pintadas de vermelho bordô, um pouco escurinhas, mas sem prejudicar a visão das peças. No percurso, você encontra dezenove pinturas feitas pela escritora Clarice Lispector (1920-1977), que se aventurou nos pincéis sem pretensões de ser levada a sério. Uma delas é Explosão (1975), na qual ela usa tinta de esmalte vermelho. Há, também, adesivadas nas paredes, frases de seus livros, que provocam o visitante. Duas delas são: “Vivo de lado, sou à esquerda de quem entra”, de Água Viva (1973), que é romance, mas parece diário e tem também poesia, e “Viver é sempre uma questão de vida ou morte, daí a solenidade”, do conhecido A Paixão Segundo G.H. (1964).

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Ao longo do percurso, há mais de 100 obras feitas por amigas de Clarice, pessoas do naipe da escultora Maria Martins (1894- 1973), que assina as peças Anunciação (1952) e Chansons en Suspens (1945), e da pintora Djanira (1914-1979), autora da tela Zona Norte (1956). Essa rede feminina é o que sustenta a exposição. A mostra parte da premissa que as questões trabalhadas por esse grupo de amigas, em suas produções artísticas, refletem desejos daquela geração em que algumas mulheres reivindicavam mais liberdades, como a de poder se divorciar, por exemplo.

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Foto de uma sala de galeria. A parede é vermelha, uma luz fraca ilumina uma escultura.
Escultura “Chansons en Suspens” (1945), de Maria Martins. (Julia Thompson/Divulgação)

Também chamam a atenção dois núcleos com objetos pessoais de Clarice. É possível ver duas máquinas de escrever que ela usou e um autorretrato da escritora, feito por Giorgio De Chirico (1888-1978), importante artista italiano. Por último, você vai descobrir que a autora sofreu queimaduras em todo o corpo depois de ter dormido com um cigarro aceso na boca e ter incendiado seu apartamento no bairro do Leme, no Rio de Janeiro. Parece roteiro de filme do Almodóvar, mas não, é só um episódio da vida de Clarice.

Instituto Moreira Salles. Avenida Paulista, 2424, ☎ 2842-9120. ♿ Ter. a dom. e feriados, 10h/20h. Qui., 10h/22h. Grátis. Até 27 de fevereiro. ims.com.br.

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Publicado em VEJA São Paulo de 26 de janeiro de 2022, edição nº 2773

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