Diane Lima: curadora de agenda (quase) infinita
A curadora baiana foi premiada em 2021 com bolsa da Ford Foundation, como reconhecimento de lideranças que atuam em prol da justiça social no mundo
A curadora baiana Diane Lima, 36 anos, é uma das figuras essenciais para se pensar o debate racial nas artes visuais. Com mestrado em comunicação e semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, vive entre a capital paulista e Salvador.
Em outubro de 2021, foi premiada pela Ford Foundation, na Global Fellowship, programa voltado ao reconhecimento de lideranças que atuam em prol da justiça social no mundo. A seleção contempla, além de rodadas de encontros e palestras, uma bolsa de cerca de 132 000 reais.
+ Programa de residência Inclusartiz tem inscrições abertas
Outros dois brasileiros também foram beneficiados pelo projeto: Ivo Cípio Aureliano, advogado indígena, e Anielle Franco, diretora do instituto que leva o nome da irmã, a vereadora Marielle Franco, morta em 2018.
Em 2022, Diane toca várias iniciativas. Prepara um livro, ainda sem nome, a ser lançado pela editora Fósforo. Trará textos de curadores, artistas e críticos que têm desafiado a conformação tradicional do sistema de arte, ancorada pela tradição europeia.
“São profissionais como a Amanda Carneiro (curadora-assistente do Masp) e a Denise Ferreira da Silva (professora e diretora do Instituto de Justiça Social da Universidade de Columbia). Há também um artigo inédito do Jaider Esbell (1979-2021)”, elenca.
Em março, ela também assina a curadoria da primeira retrospectiva do artista mineiro Paulo Nazareth, no Pivô, junto à diretora desse espaço cultural, Fernanda Brenner.
Em maio, fica por conta de uma exposição de Antonio Obá em Amsterdã. No segundo semestre, continua cheia de projetos, com uma mostra da poeta Stela do Patrocínio (1941-1992), no Museu do Bispo do Rosário, no Rio. Agenda intensa para pensar a arte.
+Assine a Vejinha a partir de 12,90.
Publicado em VEJA São Paulo de 16 de fevereiro de 2022, edição nº 2776