O fim de um ótimo restaurante de cozinha autoral
Tête à Tête, do chef Gabriel Matteuzzi, fecha as portas definitivamente
Quando parou para as férias coletivas em 31 de dezembro, o Tête à Tête continuava entre os melhores restaurantes de São Paulo, terceiro colocado entre os representantes de cozinha de autor na cidade, superado apenas pelo D.O.M. e pelo Maní, dois gigantes. Não se sabia, porém, que lhe faltava vigor financeiro. O número de clientes não era suficiente.
Como não reabriu, mantive frequentes conversas com chef e sócio Gabriel Matteuzzi sobre a volta do restaurante. Nesse período, ele tentou encontrar um sócio-investidor para tocar o Tête à Tête. “Infelizmente, a possível entrada do novo investidor não se concretizou”, lamentou-se o cozinheiro na conversa que tivemos hoje por telefone. “Não tinha mais como protelar.”
Uma pena. Saem de cena, além de ótimos menus degustação, criações como o bombom de foie gras com cassis, a bochecha bovina ao vinagrete com cebola, azedinha e pimenta-biquinho, o peixe do dia na brasa com emulsão de batata-doce-roxa, vinagrete de banana-da-terra e folhas de dente-de-leão.
Não é, entretanto, a primeira vez que o Tête à Tête sucumbe. Em 2008 e com apenas 32 anos, Matteuzzi montou o restaurante original na Rua Bahia, 480, em Higienópolis.
A partir de técnicas francesa e espanhola, ele elaborava o camarão na minimoranga ao molho de leite de coco coberta por emulsão de azeite ao coentro, de sotaque brasileiro, e a costeleta de cordeiro assada com chutney de tomate, cebolinha sautée e berinjela confit, de jeitão moderno.
Embora não faltassem predicados aos pratos de seu menu, pouco mais de um ano. Nesta temporada nos Jardins, resistiu por quase três.
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