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O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também comanda o Cozinha do Lorençato, um programa de entrevistas e receitas no YouTube. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie
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O último restaurante judaico do Bom Retiro

Shoshana Delishop volta a funcionar sob nova direção e promete noites de sexta com receitas de boteco desenvolvidas por Clarice Reichstul e Gabriela Tavares

Por Arnaldo Lorençato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 fev 2023, 16h52 - Publicado em 7 ago 2022, 13h22
Clarice Reichstul e Benjamin Seroussi: à frente do projeto
Clarice Reichstul e Benjamin Seroussi: à frente do projeto (Lucas Terribili/Divulgação)
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Um endereço emblemático da culinária judaica está prestes a reabrir em São Paulo. Ou melhor, uma versão renovada. Com múltiplos nomes no passado, o Shoshana Delishop vai retornar ao ponto original no Bom Retiro, onde foi inaugurado em 1991 pelo casal Shoshana e Adi Baruch (ele, falecido em 2021). Aliás, o nome rende uma homenagem à ex-proprietária.

Desta vez, a empreitada está nas mãos de Benjamin Seroussi, diretor do Centro Cultural Casa do Povo, na Rua Três Rios e pertinho do restaurante. Ele se juntou aos amigos Arthur Hirsch e Ines Mindlin Lafer e se tornaram os líderes do negócio que reúne ainda outros vinte investidores.

Com previsão de abertura em soft opening em 18 de agosto, o restaurante tem pratos de sua antiga proprietária, Shoshana, que hoje está à frente apenas da Casa Búlgara, fundada por sua mãe, Lina Levi (1927-2018), em 1975, também a poucos passos de lá.

As receitas estão sendo revisadas por Clarice Reichstul, da deli da Paca Polaca (hoje dedicada a eventos) e Graziela Tavares (do extinto Sabiá), a chef que vai tocar a cozinha no dia a dia.

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“É o último restaurante judaico do Bom Retiro e talvez da cidade”, acredita Clarice. A cozinheira e pesquisadora conta que entra com a expertise da culinária judaica e Graziela com seu conhecimento de comida de boteco. “Brinco que é um izakaya judaico”, diverte-se Clarice.

A proposta é ter um cardápio que, de alguma forma, vai reinterpretar a mostrar a diáspora judaica. “Não é exclusivamente ashkenazi, nem sefardita, nem israelense. Tem influência de todos os lugares”, adianta Clarice.

balcão
Obras em andamento: previsão de funcionamento em soft opening a partir de 18 de agosto (Laís Acsa/Divulgação)

Na seção de entradas, haverá itens para compartilhar como arenque, salada de feijões, saladinha de repolho da Shoshana. “Teremos também o corned beef, o primo do pastrimi não defumado, mas curado em salmoura e cozido com especiarias”, conta ela.

Clarice também alerta que se trata de um cardápio bem reduzido. São só cinco pratos principais. “Não pode faltar a língua, uma especialidade da Shoshana. Fizemos vários testes e vamos servir com varenique com salada”, revela. Para quem está com saudade do varenique, aquele ravióli encontrado na Europa Central e de Leste, esse será recheado de batata.

Outra pedida herdada da antiga proprietária é a shpondra, a costela de ponta de agulha na companhia de ferfel, massinha curta refogada com gordura de galinha à qual se acrescenta caldo de galinha e cebola caramelada.

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A mamaliga traduz-se como uma polenta com cogumelos confitados no azeite e ricota de produção própria e o schnitzel, a tradicional milanesa, aparece em duas de versões, uma de frango e outra vegana de berinjela. Ambas chegarão à mesa com salada de batata.

Finalizam as escolhas salgadas o filé de peixe do dia com purê de couve-flor e raiz-forte mais cenoura adocicada e uma espécie de vinagreta de radicchio.

Além do pudim de leite do Shoshana, haverá uma sobremesa de laranja-baia sem casca, cortada ao meio e feita brulée (queimada) com cardamomo batido com açúcar mais água de flor de laranjeira e farofinha de biscoito de azeite.

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Reforçando, caso não haja mais atrasos, o Shoshana Delishop ergue as portas em soft opening no dia 18 de agosto “No dia 25, abrimos pra valer”, garante Clarice. Na sexta, por enquanto o único dia em que haverá jantar, promete um menu intitulado boteco shabat (o pôr do sol da sexta, quando tem início o dia do descanso judaico). É noite dedicada à petiscagem em estilo judaico. A conferir.

Shoshana Delishop.
Rua Correia de Melo, 206, Bom Retiro. Instagram: shoshana_delishop.
Horário: 11h30/15h (sex. também jantar 17h/23h; sáb. até 17h; dom. 10h/16h; fecha seg.).

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