Oizumi Sushi serve omakassê de peixes com maturação a seco
O chef Danilo Maciel utiliza o atum blueflin, que pode permanecer na câmara fria com temperatura controlada por até 150 dias. Leia a crítica

O ritual se repete todas as noites. Danilo Maciel, dono e chef do Oizumi Sushi, se posta atrás do balcão para apenas dez pessoas e apresenta os pescados do dia — reservas são fundamentais.
Para entender a trajetória de Danilo, é preciso retroceder no tempo. Mineiro de Rio Pardo de Minas, ele se encantou pela culinária japonesa em 2006 na capital paulista, quando começou na faxina de um delivery ao mesmo tempo que ajudava na cozinha.
Depois, passou por várias casas, entre elas o Kitchin do JK Iguatemi. “Fiquei com pavor de restaurante grande. É muito difícil unir qualidade com quantidade”, explica o que o levou a abrir o minúsculo Oizumi.
O omakassê (R$ 550,00 no almoço e R$ 650,00 no jantar) é imperativo, embora haja opções à la carte. Houve uma época em que o frescor dos peixes era essencial. Agora, os seres marinhos são alvo de envelhecimento a seco. Danilo orgulha-se em dizer que seu atum blueflin pode permanecer na câmara fria com temperatura controlada por até 150 dias.

Além desse cobiçado peixe, que pode vir do México como na minha visita, os niguiris levam outras apetitosas coberturas. Pode ser o pargo maturado por dez dias com conserva da ameixa umeboshi, o robalo com o mesmo tempo de envelhecimento com casca do cítrico yuzu desidratado, o olho-de-cão (sete dias) com conserva de yuzu fermentado com pimenta e sal, o olho-de-boi com goma darê, a pasta de gergelim, a vieira com flor de sal e yuzu, o duo de lula e ouriço do mar ao limão-siciliano, shoyu e flor de sal, o peixe branco com shissô, ovas de salmão e ovas capelim na forma de um batterá, o untuoso carapau (cinco dias), o ponto alto da degustação, o akami nacional (dois dias) com trufa de verão italiana na temporada, o akami de bluefin mexicano (67 dias) que não chegou a emocionar como o carapau, o chutoro (também 67 dias) que impressiona, pois a maturação funciona melhor com a parte gorda, o lagostim quentinho com gordura de wagyu, flor de sal e um excesso de alho confitado que sufoca o sabor do crustáceo, e a enguia de água doce para finalizar.

Tudo é temperado com wassabi fresco vindo de Pilar do Sul (SP), quando está disponível. Antes, é servido o ussuzukuri de lírio sobre ponzu.
Para limpar o paladar, pode chegar um sorbet de melão sobre um exagero de crumble de açúcar mascavo (menos é mais). Igualmente terceirizada é a sobremesa, um bolo de amêndoa com ganache de yuzu e geleia de mirtilo.
Avaliação: BOM (✪✪✪)
Oizumi Sushi
Rua Califórnia, 785, Cidade Monções, telefone e WhatsApp 99722-8906 (10 lugares). 12h/13h30 e 19h/23h (seg. só jantar; fecha dom.). Tem acessibilidade. $$$$
Publicado em VEJA São Paulo de 8 de agosto de 2025, edição nº 2956.
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