Marc Le Dantec deixa o comando do Silo e do Figo
Depois de 17 anos no Brasil, o chef francês está de partida para o Peru
Uma mudanças dessas pode trazer sérias consequências para um restaurante: a perda do chef. Pois é, o francês Marc Le Dantec está de saída do ótimo estreante Silo Forneria & Bar, aberto em março e escolhido o terceiro melhor endereço de cozinha variada de São Paulo pela edição Veja Comer & Beber. O cozinheiro respondia ainda pelo cardápio do Figo, que fica vizinho e também pertence à restauratrice Maria Fernanda La Regina.
É preciso que se explique: não houve uma desavença entre o chef e a empresária. Casado com uma peruana, Le Dantec simplesmente decidiu que, depois de 17 anos no Brasil, estava na hora de tentar a sorte no país andino que tanto faz sucesso na gastronomia.
Conversei com ele, que estava em Lima para passar as festas de fim de ano. “O estado de saúde dos pais de Cecilia [mulher de Le Dantec] motivou essa decisão. Será uma grande mudança na minha vida. Mas também, uma grande experiência. Estou conversando com a escola Cordon Bleu de Lima, para ser professor de masterclass, o nível mais avançado que eles têm. Adoro o desafio de ensinar”, adianta . “Depois de 17 anos no Brasil, estou de coração apertado, mas eu vejo a América Latina como uma só e sonho em poder ajudar nesta ponte gastronômica entre Atlântico e Pacífico.”
A partida de Le Dantec será só em fevereiro. Enquanto isso, Maria Fernanda e ele prepararam a transição, que acreditam que se dará da forma mais tranquila. “Optei por não ter um chef executivo para as duas casas, mas dois cozinheiros fortes, contratados pelo Marc e eu”, explica. “Para não haver ruptura no trabalho do Marc no Figo, o Milton Yamamoto, que é treinado por ele, permanece na liderança do restaurante.”
Maria Fernanda tem ainda uma boa surpresa para o Silo. “Pedi para o Marc trazer um chef mais sênior que o jovem Rafael [Marino Derobio] e ele contratou o também francês Christophe Deparday”, revela. Para quem não se lembra, Deparday foi titular do francês Chef Rouge e ajudou o restaurante a manter sua quinta estrela máxima atribuída por Veja São Paulo até 2015. Depois, ele teve uma passagem instantânea e sem sucesso pelo Recreo, de Luigi Cardoso.
A restautrice avisa: o Silo não se tornará uma casa francesa. “O Chris deve fazer suas criações, mas respeitando a proposta do original. Assim como o Marc fez, apesar de ser francês também. Não queremos ruptura e sim evolução.”
A conferir.