Meninas que tomaram vacina contra HPV ainda caminham com dificuldade
Diretora da Secretaria de Saúde do Estado garante que adolescentes não têm paralisia e que problema pode ter sido causado por ansiedade
As três adolescentes de Bertioga que apresentaram reação após receberem a segunda dose da vacina contra o HPV em uma escola continuam andando com dificuldade. As meninas seguem internadas no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, sem previsão de alta.
A diretora de imunização da Secretaria de Saúde do Estado, Helena Sato, afirma, porém, que elas não têm paralisia. “E também não existe o risco delas ficarem tetraplégicas.” De acordo com Helena, exames neurológicos comprovaram que as meninas estão bem. “Ainda estamos monitorando o caso. Mas sabemos que o problema não é a vacina. A primeira hipótese é que tenha relação com o ato de vacinar, uma reação de ansiedade após a imunização.”
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Helena diz que casos como esse não são comuns. Entretanto, quando registrados, podem acontecer dessa forma, quando os temores de uma podem influenciar outras pessoas. “Também já afastamos problemas com o lote. No dia em que as onze meninas apresentaram os sintomas, vacinamos oitenta na escola. A mesma vacina também foi utilizada em outras cidades, e nada aconteceu.” O lote é composto por 320 000 doses.
Ainda de acordo com Helena, a vacinação não será suspensa. “Não tivemos outros problemas em todo o estado. A campanha segue até o fim de outubro. A vacina tem o objetivo de prevenir contra o câncer do colo de útero, que é a quarta causa de morte entre mulheres com relação a essa doença. Recente publicação dos Estados Unidos comprovou que a imunização é eficiente.”
Na primeira etapa da campanha, aproximadamente 940 000 meninas entre 11 e 13 anos receberam a primeira dose em todo o estado, com 98% de cobertura. De acordo com Helena, o objetivo é oferecer nessa segunda etapa mais de 1 milhão de doses.
O Caso
Onze meninas de Bertioga tomaram na última quinta-feira (4), em uma escola, a dose contra o papilomavírus e tiveram de ser hospitalizadas. Elas se queixaram de dores de cabeça e dificuldades para caminhar. Oito estudantes tiveram alta no mesmo dia, mas três continuaram com os sintomas e foram internadas no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos.
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No domingo, Darci dos Santos, mãe de uma das meninas, afirmou que a filha, de 13 anos, já havia passado por uma bateria de exames, incluindo tomografia, mas que os sintomas, sobretudo a queixa “de que não sentia as pernas”, ainda estavam presentes. Apesar de descartar um problema com a vacina, a Secretaria Estadual de Saúde continua investigando o caso.