A atriz carioca Denise Dummont, de 54 anos, teve projeção na década de 80 com a novela Baila Comigo e o filme Rio Babilônia, entre outros trabalhos. Na época, posou duas vezes para a revista PLAYBOY. Nudez e atuação à frente das câmeras, porém, ficaram no passado. Há 25 anos ela mora em Nova York. De volta ao Brasil para o lançamento de O Homem que Engarrafava Nuvens, orgulha-se de ser a produtora desse bom documentário sobre seu pai, o compositor Humberto Teixeira (1915-1979).
Depois de tanto tempo afastada do país, você retorna como produtora de um documentário. Quando surgiu a ideia do filme?
O projeto nasceu entre 2000 e 2001, quando fui apresentada em Nova York a Ana, viúva de Tom Jobim, pela Luciana de Moraes, filha de Vinicius. Percebi como elas cuidavam e tinham consciência da obra de seus parentes. Fiquei com vergonha de não ter feito nada pela memória de meu pai. Todo mundo canta Asa Branca, mas nem todos sabem que se trata de uma parceria de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga.
Foi difícil encontrar registros de Humberto Teixeira?
O trabalho de pesquisa começou em 2001 e não tínhamos nenhuma imagem dele em movimento. Nos arquivos da Rede Globo, conseguimos uma entrevista. Depois achamos uma sequência em preto e branco da década de 50, quando meu pai participou de uma caravana cultural no Canal de Suez. E só.
Por que você deixou o Brasil com a carreira ainda em alta?
Em 1985, fui com meu filho Diogo (da união com o ator Claudio Marzo) passa o natal e o réveillon ao lado de minha mãe, que morava em Nova York. Aí, resolvi ficar mais um tempinho até a estreia de O Beijo da Mulher Aranha, do qual participei. Apareceu, então, o convite para fazer A Era do Rádio, de Woody Allen. Em Los Angeles, conheci o roteirista e diretor Matthew Chapman. A gente se apaixonou, engravidei, nos casamos. As duas semanas previstas no início já viraram 25 anos!