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Teste da fila em restaurantes de São Paulo

Durante o último fim de semana, VEJA SÃO PAULO visitou dez casas concorridas para avaliar a espera. Demoramos até duas horas para conseguir uma mesa

Por Giovana Romani [com reportagem de Alessandro Duarte, Arnaldo Lorençato, Carolina Giovanelli, Daniel Salles, Henrique Skujis, Mariana Barros, Maria Paola de Salvo e Taciana Azevedo]
Atualizado em 29 dez 2016, 14h30 - Publicado em 21 Maio 2010, 22h48

Imagine a cena. É noite de sábado e, apesar do friozinho, a temperatura está agradável. Junto de alguns amigos, você decide sair para jantar. Digamos que a escolha tenha sido o Outback Steakhouse do Bourbon Shopping. Ao chegar lá, a hostess informa: “Estamos com uma espera de aproximadamente duas horas e 45 minutos”. Difícil de acreditar? Pois foi o que a reportagem de VEJA SÃO PAULO ouviu na noite do último sábado (15). Pasme, foram raros os clientes que, ao ouvir a frase, desistiram. Aguardar longamente por uma mesa já faz parte da rotina de muitos paulistanos. Para avaliarmos tempo, atendimento, serviço e ambiente, entramos na fila de dez restaurantes concorridos. Due Cuochi Cucina, Le Jazz Brasserie, Maní, Outback Steakhouse e Quintal do Bráz foram visitados no jantar de sábado, entre 21 horas e 21h30. Entre 13h30 e 14 horas de domingo (16), testamos America, Jardim de Napoli, La Pergoletta, Ráscal e Mestiço. O pedido era sempre por uma mesa para duas pessoas. 

 

O Outback Steakhouse desbancou a concorrência no quesito demora. Somente duas horas depois da chegada apareceram assentos disponíveis. Felizmente, a fatigante espera foi 45 minutos menor do que a estimada pela atendente. “Os clientes já saem de casa desejando os pratos do nosso cardápio”, acredita Carolina Correia, diretora de marketing da rede Outback, referindo-se a guloseimas calóricas como a cebola gigante empanada e frita e a costela de porco grelhada. “Por isso, eles não arredam pé.” Provar as instigantes receitas da chef Helena Rizzo, do contemporâneo Maní, no Jardim Paulistano, também requer resignação. Dividido entre um corredor e a área externa na frente da casa, o espaço onde se aguarda não é muito confortável. Nesse ambiente, nossa reportagem enfrentou fila de uma hora e meia para jantar. Com a intenção de amenizar os minutos (ou horas) que precedem a refeição, o Maní lançará mão de uma estratégia para o Dia dos Namorados. “Nessa data, teremos música ao vivo”, conta a sócia Giovana Baggio. 

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Ao contrário do que se pode imaginar, em nenhum dos endereços visitados houve muitas reclamações e caras de desânimo. “A espera está incluída no programa”, afirma Ina de Abreu, chef e proprietária do Mestiço, na Consolação. “As pessoas aproveitam para beber, provar um petisco e praticar a arte de ver e ser vistas.” Por lei, gestantes, mulheres com crianças de colo, idosos e deficientes físicos têm direito a atendimento preferencial. “Deveria haver inclusive uma lista especial”, diz o advogado Sergio Tannuri, especialista em defesa do consumidor. Mas, nesse caso, prevalece o bom senso. “Uma gestante não precisa se sentar sozinha, mas também não pode carregar mais dez amigos com ela.”

Para que esse tempo não se torne uma tortura, arme-se de paciência. Agora, se o objetivo for escapar desse tipo de transtorno, procure frequentar restaurantes conhecidos por estarem sempre lotados entre segunda e quarta, quando há menos movimento. Chegar cedo — até meia hora depois da abertura da casa — também ajuda. Aliás, nesse intervalo inicial, boa parte dos estabelecimentos aceita reserva. “Temos uma responsabilidade enorme”, afirma Vinícius Abramides, diretor de operações da Companhia Tradicional de Comércio, grupo proprietário da pizzaria Quintal do Bráz, na Vila Mariana. “Em uma cidade onde existem inúmeras opções de gastronomia, o cliente escolhe vir ao nosso estabelecimento e ainda aguardar. Trata-se de um crédito e tanto.”

 

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