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Terraço Daslu sedia campeonato de luta

De luta livre a bailes de debutantes, o lugar recebe festas das mais variadas naturezas. Na última quarta, foi a vez de atletas fortões desfilarem pelo salão

Por Giovana Romani
Atualizado em 1 jun 2017, 18h44 - Publicado em 2 jul 2010, 21h49

Tum! Pow! Soc! Cabeçadas, joelhadas, rasteiras e cotoveladas tomaram conta da Daslu na noite da última quarta. Não, não se tratava de nenhuma liquidação-relâmpago que deixou as clientes em polvorosa. Mas sim do First Class Fight, campeonato de luta que reuniu bacanas em torno de um ringue octogonal montado em pleno Terraço Daslu. As estrelas do evento, cujo investimento foi de 300 000 reais, atendem por nomes um tanto desconhecidos para os não iniciados: Edson PC, Marco Pezão, Fábio Maldonado… A luta que praticam, porém, tem se tornado cada vez mais popular. Trata-se do MMA (mixed martial arts), modalidade que mistura elementos do jiu-jítsu, do boxe e do muay thai. “Nos Estados Unidos, há um público elitizado”, afirma Roberto Godoi, faixa-preta de jiu-jítsu e idealizador do evento. “Escolhi a Daslu para conquistar esse pessoal por aqui também. Dificilmente eles iriam a um ginásio feio e frio.” Crash! Mais um nocaute e está aí o segredo do Terraço Daslu, um espaço onde, literalmente, vale tudo.

De um ano para cá, seus salões abrigaram leilões beneficentes, showrooms, desfiles, feiras, baladas, comemorações corporativas, bailes de debutantes… No seu casamento, em junho passado, o jogador Roberto Carlos recebeu 600 convidados ali. “Temos uma carência de espaços grandes com boa infraestrutura em bairros nobres”, avalia a consultora Marcia Possik. “Por isso a grande procura pelo terraço, apesar do preço salgadinho.” Pagam-se entre 42 500 e 82 500 reais pela locação. A variação deve-se ao dia da semana e ao total da área utilizada. Isso sem contar a diária da véspera para a montagem — pelo menos mais 5 000 reais. Bufê, iluminação, som e mobiliário são cobrados à parte. “A assinatura Daslu ajuda na visibilidade de um evento”, acredita Zuleica Russi, realizadora de uma feira no local. Em bufês como o La Luna e o Espaço Contemporâneo, o aluguel é de cerca de 30 000 reais. Na Casa Fasano, custa 47 000 reais. A princípio, o campeonato First Class Fight seria realizado lá, mas a negociação não vingou.

Alexandre Pato First Class Fight MMA Daslu
Alexandre Pato First Class Fight MMA Daslu ()

Voltemos aos cruzados de direita e esquerda. Tumulto. A luta já começou? Não, é apenas um atraso na liberação da entrada. Os 500 convidados — na maioria homens — aguardaram no estacionamento. “De boné não entra”, avisava o segurança. Opa! Olha lá o Alexandre Pato, atacante do Milan, de boné bege afundado na cabeça. Ele pode. O jogador de 20 anos é, digamos assim, um rapaz de poucas palavras. “Estou passando um tempo na cidade e vim curtir a noite com meus amigos”, afirmou, acompanhado dos empresários Marcus Buaiz e Edsá Sampaio, sem tirar o olho do ringue (ainda vazio). “Vim aqui para ver porrada”, comentou Buaiz, em tom bem-humorado. Desejo aceito. Derrubado em poucos minutos, Alexandre Imperador perdeu o trono e saiu carregado em uma maca. Seu oponente, Wagner Prado, foi treinado durante sete meses pelo ídolo Rodrigo Minotauro após participar de um quadro do programa ‘Caldeirão do Huck’, da Rede Globo. Deu dois chutes certeiros. “Ele pratica esse golpe 1 000 vezes por dia”, garante Minotauro, de 34 anos, uma celebridade do meio.

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Bruno KLB First Class Fight Daslu
Bruno KLB First Class Fight Daslu ()

O brutamontes chegou de helicóptero acompanhado da namorada americana, Sierra Vickers, dez anos mais jovem, com quem está desde dezembro. “Apesar de durão, ele é muito gentil”, derreteu-se a bela. Mulheres bonitas em trajes diminutos desviavam a atenção da plateia masculina. Geisa Vitorino, 30 anos, 1,64 metro de altura e 60 quilos, desfilava a cada novo round. “A playboyzada é folgada, mexe mesmo com a gente.” E o cachê, vale a pena? “Dá para pagar o pacote de dez sessões de drenagem linfática.” Pof! Cabeça batendo no chão. Um dos competidores da terceira luta sai de cena com o pescoço imobilizado. Acompanhado da namorada, Karina Flores, Bruno, o “B” do KLB, assiste a tudo vidrado. “Pratico MMA há sete anos e pretendo começar a competir profissionalmente”, contou. “Deixo de sair para ver as lutas ao vivo pelo pay-per-view.” Tum-tum-tum. Música eletrônica no intervalo antes dos dois embates finais. Mais socos e pontapés estavam por vir. Desde sua construção, o prédio neoclássico da Daslu nunca havia visto tanto quebra-quebra.

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