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Pagar ônibus em dinheiro pode deixar tarifa mais cara

Prefeitura estuda adotar valores diferentes para usuário do bilhete único e para quem compra passagem na catraca

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 13h42 - Publicado em 16 dez 2014, 09h32

A prefeitura de São Paulo estuda adotar, pela primeira vez, três tarifas diferentes para o transporte coletivo da cidade: estudantes de baixa renda teriam tarifa zero, usuários de bilhete único continuariam desembolsando 3 reais e passageiros que pagam a viagem com dinheiro, na catraca, pagariam mais caro, a partir do ano que vem.

As piores linhas de ônibus da capital na avaliação dos usuários

A decisão sobre essa nova forma de cobrança ainda não está tomada, mas a expectativa da gestão Fernando Haddad (PT) é que seja batido o martelo ainda neste ano.

A ideia de o reajuste, tido como inevitável, ser anunciado com um “pacote de bondades” já vinha sendo analisada há pelo menos um mês, mas só na semana passada, quando a empresa Ernst&Young terminou a auditoria das contas do sistema de transporte municipal, a proposta passou a ser estudada em detalhes.

Fernando Haddad é o prefeito com a pior avaliação em capitais

Com o último reajuste ocorrido em janeiro de 2011, a tarifa de 3 reais seria corrigida para 3,70 reais, caso o aumento tomasse como base a inflação acumulada no período (23,2%). Para manter a passagem no patamar atual, a prefeitura fez o subsídio pago às empresas de ônibus chegar a 1,7 bilhão de reais neste ano. A expectativa é que o valor permaneça igual no ano que vem.

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O resultado da auditoria externa nas contas frustrou setores da gestão Haddad. Havia expectativa de que fosse descoberto um lucro das empresas perto dos 30%. A chamada Taxa de Retorno Interno (TIR), índice usado para aferir contratos de empresas privadas com o setor público, revelou um índice médio de 18%. Mesmo assim, a avaliação é de que há “gordura a ser queimada”, reduzindo a remuneração das empresas para cerca de 7% a partir de 2015.

Não foi confirmado se a proposta já foi apresentada para o governo do Estado, responsável pelo Metrô e pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Na manhã desta segunda-feira (15), em entrevista à Rádio Estadão, o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, afirmou que, por enquanto, ainda não há nenhum pedido vindo do governo Geraldo Alckmin (PSDB) para reajuste de tarifas.

 

Dinheiro

De 90 milhões de viagens por dia feitas nos ônibus, apenas 8% são pagas em dinheiro, segundo informações disponíveis no site de transparência da São Paulo Transporte (SPTrans), empresa da prefeitura que gerencia a frota de ônibus.

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Os estudantes equivalem a 6% das viagens – mas o dado inclui todos, não só os de baixa renda. Além disso, cerca de 10% das viagens são feitas por passageiros que não pagam – na maioria, idosos.

Na prática, de cada três viagens de ônibus, uma é gratuita: são decorrentes da integração gratuita que dá direito a usar até três ônibus durante a viagem.

Para garantir a circulação de todos os coletivos, a prefeitura precisa de cerca de 6 bilhões de reais por ano. A arrecadação com venda de créditos do bilhete único é de pouco mais do que 4 bilhões de reais. Entretanto, parte dos valores precisa ser repassada ao Metrô e à CPTM, que mantém acordos de integração tarifária.

Mais mudanças

Além de definir a nova tarifa, a ´prefeitura deve anunciar, nos próximos dias, como será a licitação das empresas que vão operar os ônibus da cidade. Uma das alterações em estudo é o fim das cooperativas de lotações, transferindo toda as linhas para empresas regulares – a gestão Haddad pretende atrair companhias internacionais para o setor, hoje controlado por quatro famílias.

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(Com Estadão Conteúdo)

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