Continua após publicidade

Super-herói paulistano percorre as ruas para “socorrer” pedestres

Estudante mascarado, batizado de Super-Ando, defente a melhoria da mobilidade 

Por Mariana Rosário
Atualizado em 1 jun 2017, 16h17 - Publicado em 12 mar 2016, 00h00

Uma mulher grávida aguarda para atravessar a movimentada Rua dos Pinheiros, na Zona Oeste, numa faixa de pedestres sem semáforo por perto. Os carros seguem indiferentes, sem dar passagem a ela. Ao notar o iminente perigo, um sujeito trajando máscara, chapéu, capa e tênis nas cores da bandeira do Brasil estende o braço para interromper, decidido, o trânsito.

+ Cinco dicas para planejar uma viagem econômica

Dá sinal para que os veículos diminuam a velocidade ou parem, até que, finalmente, a moça chega ao outro lado da via. Mas quem é esse sujeito? Um pássaro, um avião, um distribuidor de panfletos? Nada disso. A figura em questão anuncia-se como um “herói” chamado de (que rufem os tambores para o trocadilho) Super-Ando.

Desde novembro, o mascarado ricocheteia pela metrópole protagonizando esse tipo de performance cidadã. Por trás da identidade secreta está o estudante Andrew Oliveira, de 24 anos. “Não sou o inimigo dos automóveis, mas priorizo quem usa arroz e feijão como combustível.” Goiano morador do Butantã, ele dedica cerca de quatro horas semanais ao projeto. Percorre fantasiado principalmente as vias de seu bairro, mas já foi visto na Zona Norte, por exemplo.

Continua após a publicidade

Quando não está a caráter, também dá um jeito de ajudar. Na terça (1º), a caminho do trabalho em uma ONG de planejamento urbano, viu um farol quebrado na Avenida Sumaré. Passou meia hora auxiliando na travessia das pessoas. Em geral, a reação é de agradecimento, mas o ativista também ouve buzinadas e palavrões.

Peatónito
Peatónito ()

No mês passado, Oliveira escapou por pouco de um atropelamento na esquinas das ruas Duarte de Azevedo e Voluntários da Pátria, em Santana. “O condutor só parou quando o parachoque encostou em mim”, conta. Nessas horas, Super-Ando não se furta a fazer cara feia. Afinal, ele luta contra um vilão real. No último relatório da Companhia de Engenharia de Tráfego, de 2014, consta que houve 555 mortes por atropelamento na capital — um aumento de quase 10% em relação a 2013.

Continua após a publicidade

Como cinco delas ocorreram na Avenida Cruzeiro do Sul, o local foi um dos escolhidos para a ação do mascarado há duas semanas, que “salvou” dezenas de pedestres, na maior parte idosos, e conquistou a admiração do vendedor Balbino Nogueira, de um quiosque de lanches: “Aqui, é um sufoco atravessar!”.

O superpoder da indignação vem do herói Peatónito, que usa máscara de luta livre e percorre as calles da Cidade do México com o mesmo propósito. Formado em ciências sociais pela Unicamp e pós-graduando em gestão de cidades na USP, Oliveira conheceu o estrangeiro em um seminário sobre mobilidade. Motivado pelos mais de 15 000 seguidores do personagem original nas redes sociais, o brasileiro montou a página no Facebook, e publica ali vídeos de suas ações. Santa disposição, Super-Ando!

+ Um dia na rotina do farol que mais quebra na cidade

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.