Spa oferece massagens, drenagens e limpezas de pele em domicílio
A engenheira química Júlia Guimarães, 32, deixou trabalho para empreender após nascimento do filho
Trocar as visitas fatigantes às usinas de álcool e de açúcar por um emprego que lhe permitisse ficar em casa depois do nascimento do filho, Theo, de 1 ano e meio, era o objetivo da engenheira química Júlia Guimarães, 32, e a oportunidade chegou na pandemia.
Após fazer um curso de gestão de negócios, Júlia conta ter se inspirado no sucesso de um casal de amigos no Recife, com duas microfranquias da SPA Express, empresa de procedimentos estéticos em domicílio, e abriu seu empreendimento em junho, quando os salões de beleza estavam fechados. “Trabalhava em sete usinas e vivia na estrada. Com um bebê, não era a vida que eu queria”, afirma a moça. Entre agendamentos e criação de campanhas de marketing no perfil do Instagram (@spaexpress_abc), a mãe comanda o empreendimento no conforto de casa.
A SPA oferece catorze tratamentos para o corpo, como massagens relaxantes ou drenagens linfáticas, além de oito procedimentos para o rosto, incluindo três tipos de limpeza de pele. Há também pacotes de spa completo ou de Dia da(o) Noiva(o). Os preços variam de 80 a 300 reais, e Júlia recebe ligações dos interessados das 8 às 22 horas, de segunda a sábado.
Um protocolo de segurança especial é seguido durante a pandemia. As prestadoras devem usar uniforme, avental e touca descartáveis, máscaras de proteção, escudo de plástico facial, sapatilhas descartáveis para os pés (depois de tirar os sapatos ao chegar à casa do cliente), lavar as mãos antes e depois do procedimento, higienizar todas as peças e embalagens com álcool 70% e ter carro próprio para locomoção. O cliente também recebe uma foto com o nome da prestadora que fará o atendimento. “Isso tudo transmite uma imagem de segurança e higiene que uma autônoma não passa para o cliente”, defende a empreendedora. Além disso, Júlia é avisada pelas profissionais quando elas chegam e saem de cada atendimento. “É mais seguro para a prestadora também, porque entrar em tantas casas desconhecidas pode ser perigoso.”
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A SPA Express nasceu em 2011 em João Pessoa, na Paraíba, e tem atualmente vinte unidades espalhadas pelo país. As terapeutas trabalham via contrato MEI (microempreendedor individual) e são aprovadas pela franqueadora, Luciana Piquet, 32. Os produtos e equipamentos de proteção são fornecidos pela franqueadora e não geram custos adicionais às terapeutas, que gastam com o combustível. Uma vez ao mês, as prestadoras fazem um treinamento de padronização e contam como foram os atendimentos. “Como tudo é descartável, não tenho medo de contrair coronavírus, nem tenho mais vontade de montar minha sala de novo”, conta a esteticista cosmetóloga Rosana Vergílio, 41, que, na quarentena, teve de fechar a clínica que alugava. Sem gastos com aluguel e produtos, ela diz ganhar mais com a SPA, de 2 500 a 3 500 reais por mês. Nos atendimentos, 50% do valor fica com cada uma das partes (Júlia e a terapeuta).
“Isso tudo transmite uma imagem de segurança e higiene que uma autônoma não passa para o cliente”
Antes de agendar, o cliente precisa preencher um questionário que certifica se ele está fazendo isolamento voluntário, se não faz parte do grupo de risco e se não tem objeção ao uso da máscara no momento do procedimento. No dia do atendimento, é necessário ter toalha própria e um espaço pequeno para estender uma maca dobrável de 90 centímetros de largura. “Contratei mais de uma vez o serviço por causa da higiene e, ainda que com terapeutas diferentes, a técnica era a mesma”, conta a advogada Patrícia Rossato, 43.
As unidades da microfranquia custam a partir de 49 000 reais. No caso da mãe de Theo, que optou por ser responsável pela cobertura do serviço em três cidades do ABC Paulista, na Grande São Paulo, ela teve de investir 70 000 ao todo. As terapeutas contratadas por Júlia atendem apenas em Santo André, São Bernardo e São Caetano do Sul, mas para os paulistanos há unidades da SPA Express na região central e em Alphaville. Segundo Júlia, em dois meses o investimento já começou a trazer resultados. O faturamento foi de 12 000 reais e nenhuma reclamação de consumidor.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 19 de agosto de 2020, edição nº 2700.