Entidade que lutou pelo Parque Augusta apoiará criação de parque no Bixiga
Cresce a ideia de batizar de José Celso Martinez Correa a área localizada ao lado do Teatro Oficina Uzyna Uzona
Uma associação de moradores e comerciantes do centro que lutou de forma mais ativa durante 19 anos pela criação do Parque Augusta, a Sammorc (Sociedade dos Amigos, Moradores e Empreendedores do Bairro de Cerqueira César), anunciou que irá ajudar os entusiastas da criação do Parque do Bixiga, sonho de mais de quatro décadas do dramaturgo José Celso Martinez Correa, o Zé Celso, que morreu no dia 6 deste mês aos 86 anos de idade.
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O diretor do Teatro Oficina Uzyna Uzona sempre propagou que seu desejo era o de criar um parque no terreno ao lado do teatro. Entretanto, a área pertence ao apresentador Silvio Santos, que sempre se mostrou irredutível no seu objetivo de construir empreendimentos imobiliários no espaço. “Somos legalistas e é claro que devemos respeitar o que é de direito do proprietário”, afirma a advogada Célia Marcondes, vice-presidente da Sammorc.
Ela afirma ter sido procurada por Zé Celso em junho deste ano, em uma conversa rápida entre os dois. “Ele [Zé Celso] me disse: nos ajude, você sabe como faz. Infelizmente não tivemos mais tempo de aprofundar essa conversa”, diz.
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Célia explica que as estratégias a serem adotadas incluem reuniões com Ministério Público Estadual, órgãos do Executivo e também o dono da área, no caso o Grupo Silvio Santos. “Iremos lutar de todas as formas possíveis e imagináveis. Só sei de uma coisa: teremos parque”, afirma. Ela lembra que além de ser uma demanda antiga da população do entorno, a criação do parque também atende de forma mais adequada às características do terreno. Estudos preliminares já detectaram que a quatro metros do subsolo do terreno existe um lençol freático. Qualquer obra civil a ser erguida ali poderia atingir esse veio de água.
Morte e homenagens
Zé Celso morreu após ficar dois dias internado. Ele teve a maior parte do corpo queimado em um incêndio que atingiu o apartamento em que ele morava com o marido, Marcelo Drummond, e os atores Ricardo Bittencourt e Victor Rosa, no Paraíso. Um laudo preliminar indicou que o incêndio teria sido provocado pelo aquecedor elétrico ligado no quarto do dramaturgo. O velório do artista foi realizado no teatro que ele criou e que é um dos símbolos do Bixiga.
Nesta quinta-feira, serão realizadas uma série de homenagens Zé Celso. Os integrantes do teatro irão plantar o ipê-menino, presente de Fernanda Montenegro e de Fernanda Torres dado no casamento de Zé Celso com Drummond, realizado no dia 6 de junho. Logo depois a lavagem da calçada do teatro, nesta tarde, ocorre uma missa de 7º dia na Igreja Nossa Senhora da Achiropita, também no bairro.