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Avenida São Gualter tem 25% de imóveis para venda e locação

Os altos preços do valor do aluguel e a violência motivam a desocupação de uma das principais vias do Alto de Pinheiros

Por Veja São Paulo
Atualizado em 6 fev 2017, 11h53 - Publicado em 3 fev 2017, 20h31

A Avenida São Gualter é uma das mais importantes do Alto de Pinheiros, na Zona Oeste. Com dois quilômetros de extensão, ela interliga a Rua Cerro Corá à Praça Panamericana e é um dos principais acessos para a Marginal Pinheiros. Majoritariamente residencial no passado, passou a abrigar, nos anos 2000, comércios e empresas de grande porte em seus casarões, principalmente agências de publicidade e escritórios. O Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto, unidade do Consulado dos Estados Unidos no Brasil, fica ali.

De cinco anos para cá, no entanto, a via passou a enfrentar uma séria crise. Várias empresas têm deixado o local, e as imobiliárias vêm encontrando dificuldades para encontrar interessados em ocupar os casarões vazios. Uma delas foi a 9ine, empresa esportiva do ex-jogador Ronaldo Nazário, que mudou para um edifício na Avenida Pedroso de Morais no fim de 2015.

VEJA SÃO PAULO foi ao local esta semana e apurou que, dos cerca de 100 imóveis da avenida, 25 estão disponíveis para venda ou locação.

(Créditos: Gabrielli Menezes)
Avenida São Gualter: dois quilômetros com placas de “aluga-se” e “vende-se” (Foto: Veja São Paulo) ()

Maria Convertino, 55 anos, é proprietária da empresa Casar na Praia e da franquia de Shiatsu Luiza Sato, ambas na Avenida São Gualter há treze anos. Em 2011, resolveu mudar do imóvel que alugava na avenida para outro na mesma via. “Na época, havia apenas duas opções disponíveis para locação. Hoje, são mais de 20”, relata. “De um ano para cá, a questão se agravou muito. Vi muitas casas fechando, entre elas um salão, um laboratório e uma academia de pilates.”

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Em razão da crise econômica, algumas empresas demitiram funcionários e, por isso, não tinham mais necessidade de manter um grande imóvel de alto custo. Assim, acabaram deixando a avenida e se mudaram para lugares menores.

“Todas as casas da São Gualter são imensas”, explica o aposentado Carlos Roberto Mônaco, de 77 anos, que mora há 65 no bairro. Ele tenta vender sua casa, em um terreno de 640 metros quadrados na altura do número 1118, há um ano.

Pode parecer muito tempo, mas a apenas algumas quadras de distância, outra unidade espera por um comprador há 15 anos. Por quatro suítes e piscina, pede-se 4 milhões de reais. Para alugar, 30 mil reais por mês.

(Créditos: Gabrielli Menezes)
Trecho da avenida: um dos principais acessos para a Marginal Pinheiros (Foto: Veja São Paulo) ()

Segundo os inquilinos, o preço dos alugueis aumentou cerca de 50% e o IPTU, 60% nos últimos dois anos. “Há vários imóveis desocupados e uma procura muito baixa. Mesmo assim, os preços estão acima de realidade do mercado”, acredita Hamilton César Silva, diretor de marketing da Local Imóveis, uma das imobiliárias que somam mais placas na avenida. 

“O valor IPTU está próximo ao de avenidas cobiçadas como Europa e Brasil”, avalia Theo de Sousa, 47, dono do salão de mesmo nome, na São Gualter desde 2005. “O custo é muito alto pelo pouco que a região oferece”, opina o aposentado José Cardoso de Sousa, 71, há 40 anos morando nas imediações.

(Créditos: Gabrielli Menezes)
Uma das casas à disposição: muitas serviam de sede para empresas (Foto: Veja São Paulo) ()

Outra reclamação recorrente entre os moradores e comerciantes é a insegurança. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, no ano passado foram registrados 5.556 furtos, 2 093 roubos e 1 307 furtos de veículos em toda a região de Pinheiros, que inclui a avenida.

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