Rothko tem cardápio ilusionista
Com uma ponta de ousadia, casa apresenta receitas moderninhas onde nem tudo é o que parece
Conhecido por ter aberto dois bares de sucesso na Barra Funda — os extintos Casa Belfiori e CB —, Diego Belda se propõe exercitar uma faceta mais gastronômica no Rothko, na Vila Madalena. Com uma ponta de ousadia, ele apresenta receitas moderninhas usando ingredientes típicos da cozinha brasileira.
Em seu cardápio ilusionista, nem tudo é o que parece. Quando se pede um uramaki (R$ 13,00) para petiscar, em vez de um sushi, chega à mesa um apetitoso enrolado de couve recheado de barriga de porco. Se essa sugestão deu certo, outras pedidas revelaram-se desequilibradas.
Dos pratos principais, a lula recheada de porco na companhia de tentáculos fritos do molusco e torresmo já foi banida do menu. Não por acaso. Estava insípida e rija na visita realizada em 25 de janeiro. Interessante, o hambúrguer tem a adição de queijo mineiro da Serra da Canastra e bacon (R$ 28,00). Aparece coberto por uma tampa transparente de acrílico e envolto em fumaça disparada por uma pistola especial — o efeito é mais visual que saboroso.
Os acertos são garantidos nas entradas. Semelhante a fatias cruas de atum, o refrescante sashimi de melancia comprimida a vácuo vem escoltado por espuma de gengibre e creme de wassabi (R$ 10,00). Prove ainda a língua bovina enfeitada com cubos de tomate (R$ 12,00) e a vaca atolada desfiada e disposta sobre creme de mandioca (R$ 13,00).
Embora sugestiva no nome, a pamonha brûlée (R$ 12,00), feita de milho fresco, mostrou-se um bolinho seco de fubá. Devido ao serviço desatento, essa sobremesa demorou meia hora para ser servida. Também foi difícil receber o café após a refeição. A carta de vinhos inclui o tinto francês Rasteau Le Petit Scarabée 2008 (R$ 49,00). Aos sábados, oferece brunch à la carte até as 17 horas.
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