Shoppings fecham mais cedo após rolezinho convocado por Movimento dos Sem Teto
Manifestantes protestaram em frente aos shoppings Campo Limpo e Jardim Sul, na Zona Sul, que reforçaram a segurança
Manifestantes convocados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) participam de dois rolezinhos em shoppings da Zona Sul nesta quinta-feira (16). Os participantes começaram a se concentrar a partir das 17 horas nas estações Campo Limpo e Giovanni Gronchi da CPTM e seguiram para os shoppings Campo Limpo e Jardim Sul, que fecharam as portas mais cedo e reforçaram a segurança.
Sem acesso aos centros de compras, os manifestantes protestaram no entorno. O grupo que seguiu para o Shopping Campo Limpo atirou baldes de tinta preta no estacionamento, para simbolizar um protesto contra o racismo. Em seguida, bloquearam um sentido inteiro da estrada para Itapecerica da Serra durante cerca de uma hora. Já em frente ao Jardim Sul, os participantes do rolezinho entoaram palavras de ordem.
Diferente dos eventos originais, em que o principal objetivo é a diversão, os atos de hoje tiveram um caráter de protesto. Os alvos foram os shoppings e a Justiça, que concedeu recentemente liminares que permitem aos estabelecimentos restringir o acesso dos frequentadores. Um deles é o JK Iguatemi, que conseguiu o aval para barrar menores de idade desacompanhados dos pais. De acordo com os coordenadores do movimento, o objetivo do ato é “denunciar o apartheid imposto contra os moradores de periferia, impedindo-os de circular”.
“Quero que o Haddad veja que isto não é bagunça. Estou aqui para pedir moradia, não pelo rolezinho”, diz a operadora de marketing Carla Gomes de Oliveira, integrante do MTST, que mora de aluguel no Capão Redondo. O encarregado de obras Marivaldo Câmara contou ter andando 40 minutos da ocupação Nova Palestina até a estação do metrô. “Vim pela moradia e em apoio ao movimento do rolezinho.” Segundo ele, só a ocupação mandou cerca de 70 pessoas. Os organizadores estimam que 500 manifestantes participaram do ato.
“Nosso ato é para dizer que os shoppings, os donos dos shoppings e os ricos deste país não vão dizer aonde nós, trabalhadores pobres, podemos entrar ou não”, disse a coordenadora do MTST, Natalia Zermeta.