Rodrigo Andrade exibe série inédita de oito enormes óleos sobre tela
Com técnica impecável, mostra "Matéria Noturna" acontece na Galeria Millan a partir de sexta (2)
Em meio às dezenas de instalações e vídeos reunidos na última edição da Bienal de São Paulo, chamou atenção do público, logo na entrada do pavilhão, um impressionante conjunto de óleos escuros exibido ao longo de uma extensa parede. Tratava-se de Matéria Noturna, série de Rodrigo Andrade. “Eu me senti contente de ser uma exceção à regra”, diz. “Arte contemporânea, em certos aspectos, tornou-se uma academia às avessas”, lamenta. Revelado nos anos 80 pelo grupo Casa 7, ao lado de Paulo Monteiro, Nuno Ramos, Carlito Carvalhosa e Fábio Miguez, o pintor dá continuidade aos experimentos em uma mostra em cartaz na Galeria Millan a partir de sexta (2). Os oito trabalhos de grande porte retratam temas como cenas noturnas e velhas pontes de pedra, presentes na memória do artista desde a adolescência, quando viajava à Escócia para visitar o pai.
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A maior das telas tem quase 5 metros de comprimento e pesa cerca de 100 quilos, devido à quantidade de tinta aplicada — aproximadamente 40 litros foram utilizados na sua realização. O resultado são pinturas repletas de camadas e amparadas em uma técnica impecável, que convidam o público a observá-las a distância, para captar cada nuance. “Tentei exacerbar a relação física entre o espectador e a obra”, explica Andrade. Materialidade sempre marcou a produção do paulistano, desde o início neoexpressionista e gestual, passando pela fase de intervenções em paredes com pequenos blocos monocromáticos e abstratos de cor — característica explorada por ele na parte interna da nova unidade do Sesc, no Bom Retiro, cuja inauguração está prevista para este fim de semana.