Oratórios são destaque em mostra no Museu de Arte Sacra
Cerca de 130 itens dos séculos XVII e XVIII foram pinçados da coleção do juiz paulistano Ary Casagrande Filho
Iniciada há duas décadas, a coleção do juiz paulistano Ary Casagrande Filho contém atualmente cerca de 1.500 itens sacros e de mobiliário. Aproximadamente 130 deles foram pinçados para a exposição Oratórios Barrocos — Arte e Devoção na Coleção Casagrande, em cartaz no Museu de Arte Sacra a partir de terça (23).
O ponto forte da mostra são os oratórios, símbolo fundamental do imaginário católico. Mas a seleção contempla ainda pinturas, esculturas, objetos e tapeçaria. Parte considerável das preciosidades escolhidas pelo curador Percival Tirapeli data dos séculos XVII e XVIII. “A história do Brasil durante esse período caminha sempre em paralelo à da evolução artística, já que a igreja detinha o monopólio da produção através das encomendas”, diz Casagrande Filho. “Há um apelo popular enorme sobre essas peças, tão típicas do culto doméstico do brasileiro.”
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Chamam atenção três raríssimas imagens de terracota do frei beneditino setecentista Agostinho de Jesus, considerado por estudiosos do período barroco o primeiro artista da história do país. Outro ícone daquela época, José Patrício da Silva Manso marca presença com uma pintura. A maioria das obras, contudo, é de autores desconhecidos. “Tentamos ressaltar a diferença dos métodos de autoria da época”, explica o colecionador. “Produzia-se tendo em vista o aspecto sagrado da criação, quase como se fosse uma manifestação divina, e era difícil que os trabalhos fossem assinados.”