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Rita de Sampa: “a mais completa tradução” de São Paulo

Da infância na Vila Mariana à casinha na Pompeia onde surgiram os Mutantes, Rita Lee foi síntese de uma metrópole caótica e fascinante

Por Pedro Carvalho
12 Maio 2023, 06h00
Imagem mostra mulher de cabelos vermelhos sentada, com óculos escuros, em calçada entre avenidas
Rita Lee, com óculos espelhados, na Avenida Paulista: legado imortal. (Luiz Dantas/Acervo Dedoc)
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As páginas da vida de Rita Lee, morta na segunda-feira (8) em decorrência de um câncer no pulmão, aos 75 anos, foram escritas do começo ao fim nas ruas de São Paulo.

Na infância, quando se descobria artista, morou em um casarão da década de 1920 da Rua Joaquim Távora, na Vila Mariana.

Imagem mostra casa laranja com grafites no muro
A casa da Rua Venâncio Aires, na Pompeia: lugar onde nasceu a banda Os Mutantes. (Google Maps/Reprodução)

No mesmo bairro, estudou no Liceu Pasteur, colégio de classe média onde aprontou incontáveis peraltices. “Num momento vendeta, cheguei a tacar fogo no cenário do teatro do colégio porque fui preterida no papel de Julieta. Não houve provas suficientes para me expulsarem”, conta em Rita Lee: uma Autobiografia (2016).

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Depois, na juventude, chegou a começar o curso de comunicação social na USP. “Passei um ano bundando (…), na base do ‘assina a presença para mim’. Para ganhar uma graninha extra, ora fazia um bico numa loja de calçados na Domingos de Morais, ora dava aula de inglês”, relembra.

Imagem mostra árvore com flores rosas sobre lago
Vista do Parque Ibirapuera: um dos lugares favoritos de Rita. (Priscila Zambotto/Getty Images)

O Parque Ibirapuera é cenário constante das memórias da cantora — ali, por sinal, está enterrado um cachorro da família.

E, em uma casa da Rua Venâncio Aires, na Pompeia, formou com Arnaldo Baptista e Sérgio Dias a genial e psicodélica banda Os Mutantes.

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Não à toa, Caetano Veloso cunhou o verso que a consagra como “a mais completa tradução” da cidade, em Sampa. Caótica e fascinante, Rita era isso mesmo. E para sempre será.

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