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Risco de epidemia de ebola no país é quase nulo, diz diretor do Emílio Ribas

Infectologista explica que contágio é muito inferior ao da gripe suína, transmitida pelo ar. Por precaução, instituto isolou 17 leitos para tratar a doença

Por Alexandre Nobeschi
Atualizado em 5 dez 2016, 13h58 - Publicado em 14 out 2014, 09h00

O Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, isolou dezessete leitos para o caso do ebola se espalhar, mas o diretor do complexo diz que se trata apenas de cautela. “O risco de uma epidemia no país é quase nulo”, avalia o infectologista Luiz Carlos Pereira.

Isso não significa, claro, que o país não possa ter casos da doença. A primeira suspeita em território nacional, de um paciente vindo da Guiné, foi descartada na tarde desta segunda-feira (13), após um segundo exame negativo.

Pereira afirma que, embora a doença seja muito agressiva, o controle é mais fácil do que o da gripe suína, por exemplo, que tem transmissão pelo ar.

“Se uma pessoa com a suspeita da doença teve contato direto com outras pessoas, isola-se esse paciente e monitora-se os outros para saber se haverá algum sintoma. Se não acontecer, aí foi quebrada a corrente de contágio”, explica.

O infectologista explica que a transmissão do ebola só ocorre após o surgimento dos primeiros sintomas, que são febre alta, dor de garganta e dor muscular. Em um estágio mais avançado, também aparecem náuseas, vômitos e hemorragias. Por ser um vírus agressivo, segundo Pereira Júnior, a piora no estado de saúde é rápido.

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“De manhã a pessoa não tem nenhum sintoma, à tarde ela começa a ter febre e dores e à noite já está acamada”, exemplifica. “A chance de contrair essa doença de uma pessoa no metrô ou no ônibus é quase nula. Ela não teria condições de estar usando transporte coletivo.”

Abaixo, Pereira esclarece algumas dúvidas sobre a doença:

Como acontece o contágio?

A transmissão do vírus acontece por sangue, saliva, suor ou outras secreções, como urina, fezes e sêmen. A infecção também pode acontecer se houver contato da pele ou de mucosas com objetos contaminados, com roupa suja e roupa de cama e banho.

O clima influencia na disseminação da doença?

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A temperatura, não. No frio, no entanto, o contágio fica mais difícil porque as pessoas usam mais roupas e saem menos de casa, reduzindo as chances de contato direto.

A doença é transmitida pelo ar?

Não.

Qual o período de incubação do vírus?

De dois a 21 dias. Durante o período de incubação, o vírus não é transmitido.

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Em que momento o infectado pode transmitir o vírus para outras pessoas?

A transmissão só acontece quando aparecem os primeiros sintomas.

Quais são os sintomas?

Febre alta, passando rapidamente de 38,6 ºC, dor de garganta, dor muscular e fraqueza. Na fase avançada, também há vômito, náusea e sangramentos.

Como é feita a identificação de casos?

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Após os primeiros sintomas, a doença evolui rapidamente e de forma agressiva, o que leva o paciente a buscar atendimento médico. São colhidas amostras de sangue. Dois testes são realizados em um período de 48 horas para descartar ou confirmar a doença. As pessoas que tiverem tido contato com o paciente são monitoradas por 21 dias. Durante esse período, são feitas medições de temperatura duas vezes ao dia. 

Devo me preocupar se havia uma pessoa com suspeita da doença no meu voo?

Se uma pessoa vier de um dos países com foco de transmissão (Guiné, Libéria e Serra Leoa) e apresentar a doença durante a viagem, a equipe de bordo avisará as autoridades sanitárias do aeroporto para a remoção e transporte do paciente. É provável que os viajantes que estavam em fileiras próximas a pessoa e os comissários do voo fiquem sob monitoramento da Vigilância Sanitária.

Como o ebola age no organismo?

O vírus ataca as células que revestem o interior dos vasos sanguíneos, provocando hemorragias.

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Qual o tratamento?

Não há tratamento específico para a doença, mas são tomadas medidas para ajudar o paciente no combate à infecção. Entre os cuidados estão: hidratação, reposição de potássio e sódio. Há também um tratamento experimental feito com soro produzido a partir de folhas de tabaco.

Qual a letalidade da doença?

A taxa de mortalidade hoje é de 50%, mas ela pode variar de acordo com a estrutura de saúde oferecida ao paciente. Em áreas mais afastadas da África, por exemplo, pode ser superior a 90%, por falta de estrutura e insumos. 

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