Restaurantes quase exclusivos
Confira endereços da cidade que atendem até 36 pessoas a cada turno
Como nenhuma outra cidade do país, São Paulo tem 8.000 restaurantes. Há casas de todos os estilos, em especial os grandes espaços capazes de receber cerca de 1.000 pessoas por dia, como muitas das churrascarias-rodízio espalhadas pelos quatro cantos da capital.
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No outro extremo, aparecem lugares pequenos e intimistas, nos quais os proprietários muitas vezes são também os cozinheiros e os familiares auxiliam servindo as refeições.
É assim no japonês Tempura Ten, onde Masaomi Imai faz pequenas delícias empanadas e sua mulher, Tiyoko, serve assim que ficam prontas para um pequeno grupo de dezoito pessoas por noite e apenas sob reserva.
No Tomates & Bananas, dedicado às receitas de camarão, Clarice Miyeko Nishigaki, chef e proprietária, de vez em quando escapa da cozinha para perguntar o que os clientes acharam dos pratos que ela cria. Um deles é o kyoto, feito com o crustáceo flambado no saquê e passado em azeite de gergelim, sal de gengibre e cogumelo shiitake em tiras.
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O chef Carlos Ribeiro e sua equipe permanecem comprimidos em torno de um fogão envidraçado na entrada do minúsculo Na Cozinha. De lá, saem reinterpretações de receitas da culinária brasileira para apenas 24 clientes por turno.
Além desses, selecionei outros sete endereços onde é possível apreciar boas receitas em ambiente intimista. Confira abaixo todas as indicações:
■ HAMATYO (20 lugares)
Não adianta procurar por outras especialidades orientais. Atrás do balcão de madeira clara, como um artista solitário, o mestre Ryoichi Yoshida faz apenas sashimis e sushis, mas nunca os serve juntos. As fatias de peixe sozinhas servem de entrada. Quando recobrem os bolinhos de arroz, transformam-se em prato principal. Com mãos hábeis, ele faz pequenas delícias com robalo, toro e olho-de- boi. Pena que o tamanho dos sushis seja exageradamente grande.
■ JUN SAKAMOTO (36 lugares)
Personalista, o chef Jun Sakamoto trabalha apenas de segunda a sexta e atende por noite apenas oito clientes — os demais saboreiam sushis e outras pratos preparados por cozinheiros de sua equipe. Não há escolha. Quem quiser ver o mestre em ação terá de pedir a sequência de niguirizuhis que compõe a degustação (R$ 260,00 por pessoa). São incríveis as versões de toro (parte gorda do atum), atum com foie gras, vieira e lula.
■ LAMEN KAZU (32 lugares)
Da minúscula cozinha aberta para o salão sempre muito concorrido sai apenas uma receita: o lámen fresco produzido na cidade de Chiba, próxima a Tóquio, e enviado congelado a São Paulo. Há catorze variações da receita. Uma delas é o shio tyashu (R$ 24,00), combinação da massa a um caldo de sal, broto de feijão fresco, algas wakames e nori, broto de bambu em conserva, cebolinha, gergelim e quatro fatias de carne de porco.
■ LAS CHICAS (36 lugares)
Cercada por vidro, a cozinha tem uma equipe só de mulheres comandadas pelas chefs e sócias Carla Pernambuco e Carolina Brandão. Se você quer ver o time feminino em ação, prefira o jantar quando o clima é bem mais tranquilo e as pedidas são à la carte. Incluem a frigideira de mini-polpettas ao molho de tomate mais cubos de polenta (R$ 26,00) e a costeleta de vitela grelhada e flambada na companhia de maçã e cuscuz com amêndoas e hortelã (R$ 43,00). No agitado almoço, opera em sistema de bufê.
■ NA COZINHA (24 lugares)
O pequeno restaurante tem uma minúscula cozinha envidraçada bem na entrada de seu salão. É ali que o chef e dono Carlos Ribeiro prepara receitas brasileiras reinterpretadas diante dos olhos dos fregueses. Há um bolinho de feijoada com carne-seca e couve a R$ 21,90 a porção com seis unidades.
■ SAL GASTRONOMIA (35 lugares)
Cheio de tatuagens, Henrique Fogaça trabalha numa cozinha-vitrine atento aos movimentos do salão, assim como não se descuida dos ingredientes com os quais prepara os pedidos. Todos os movimentos do chef para elaborar receitas como o tagliatelle fresco ao marcante ragu de cordeiro (R$ 55,00) e a copa lombo com farofa de maçã, uva passa e castanha-do-pará mais quiabo e tomate assado (44,00) podem ser observados pela clientela de qualquer parte do minúsculo ambiente.
■ TAPPO TRATTORIA (28 lugares)
Embora lembre uma pequena estação de trens francesa com seu teto arredondado e em madeira escura, o ristorantino serve pratos italianos clássicos num clima de pura intimidade. Ainda que não seja visível do salão, a cozinha está pertinho das mesas e é possível perceber o ritmo acelerado com que trabalha a equipe. Os auxiliares do chef Benny Novak são responsáveis por pratos como a lasanha à bolonhesa montada na hora (R$ 44,00) e a bisteca fiorentina (R$ 68,00), servida com alho assado, rúcula e molho de tomate frio.
■ TEMPURA TEN (18 lugares)
Mestre no preparo de frituras envoltas numa renda delicada de farinha, Masaomi Imai empana os ingredientes um a um diante dos clientes e mergulha-os no óleo fervente. Fazem parte da sequência camarão-rosa, aspargo, lula, peixe branco enrolado em shissô. Assim que ficam prontos, Tiyoko, mulher do proprietário, serve-os imediatamente. Podem ser incrementados por um molho especial de shoyu ou temperados com sal.
■ TOMATES & BANANAS (16 lugares)
De quando em quando, dona Clarice Miyeko Nishigaki aparece no salão, onde antes funcionava uma doceria, para perguntar o que os clientes estão achando de suas receitas. Cozinheira intuitiva, ela prepara apenas pratos com camarão de qualidade. São pedidas como o bobó (R$ 86,00) e o kyoto (R$ 86,00), crustáceo flambado no saquê e passado em azeite de gergelim, sal de gengibre e cogumelo shiitake em tiras.
■ VILA DAS MENINAS (30 lugares)
A cozinha fica a dois passos do salão, onde uma equipe afinada trabalha sob a orientação das proprietárias Renata Rodrigues e Karine Chaves, as meninas que aparecem no nome do restaurante. Não poderia ser mais charmosa a entrada da casa, nos fundos de um corredor arborizado, que lembra uma São Paulo de antigamente. O cardápio traz pratos que valorizam ingredientes nacionais, entre eles a porção de pastéis de angu recheados de carne (R$ 20,00).