Renina Katz é tema de mostra na Estação Pinacoteca
Artista carioca apresenta setenta telas de pintura em aquarelas, produzidas desde 2006
A carioca radicada em São Paulo Renina Katz dedicou grande parte da vida à gravura, gênero no qual é um dos ícones do país. Problemas de saúde, contudo, obrigaram a artista de 84 anos a abandonar a técnica. “Há procedimentos, como a manipulação da prensa, que fisicamente não posso mais encarar”, diz. Renina concentra-se agora em aquarelas e reúne numa mostra setenta delas, produzidas desde 2006. “A aquarela tem muito a ver com a litografia pela atenção à luz e pela sobreposição de tons e cores”, explica. “Alguns a consideram até ultrapassada; e de fato está longe de ser o hit do momento, mas é minha modalidade predileta de pintura.”
Delicadas, as obras dispostas sobre balcões em uma das salas da Estação Pinacoteca são definidas pelo curador Jorge Coli como paisagens imaginárias — afinal, não há nelas referências explícitas a espaços reais. Renina, no entanto, rejeita o termo abstração para classificar sua arte. “Se eu jogo tinta em cima do papel, não pode ser abstrata. Ela é concretíssima: possui cor, forma, refere-se a elementos importantes da memória pessoal”, argumenta. Bandeiras, pássaros e cruzes são algumas das figuras reconhecíveis nas peças. Para a artista, criada no Leme, a linha do horizonte mostra-se indispensável. “Os vermelhos, laranjas e amarelos vêm do pôr do sol do Rio de Janeiro.”
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