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Inside Out São Paulo quer dar visibilidade à Favela do Moinho

Colaborativa, iniciativa é inspirada em trabalho já realizado em mais de 9.000 cidades; saiba como ajudar

Por Bruno Machado
Atualizado em 5 dez 2016, 17h01 - Publicado em 20 jul 2012, 20h40

Desde março último, a Favela do Moinho, no centro de São Paulo, recebe visitas frequentes de um grupo que pretende chamar a atenção para os moradores do local. Essa turma possui em média 20 voluntários (o número varia por conta das participações não serem fixas) e se dedica ao projeto Inside Out, idealizado pelo artista de rua francês JR e que já passou por mais 9.000 cidades ao redor do mundo. O objetivo é dar visibilidade a pessoas comuns e suas histórias, por meio de depoimentos gravados em vídeo e fotografias em tamanho gigante.

“Queremos desfazer os estereótipos negativos sobre quem habita aquela e outras comunidades carentes”, explica Carlos Inada, 46 anos, produtor cultural e um dos organizadores da versão paulistana do projeto. A ideia começou em outubro do ano passado e visa tornar visível a população da Favela do Moinho. Para Inada e o grupo do Inside Out São Paulo, apesar de cravada no centro da metrópole, a comunidade era desconhecida do grande público.

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No fim de 2011, essa situação mudou de maneira trágica: o local foi parcialmente destruído por um incêndio, atraindo os olhares de toda a imprensa. Uma pessoa morreu e três ficaram feridas. “Na época do incêndio, muito se falou sobre o planejamento da cidade, mas ninguém discutiu a questão humana envolvida. Não é possível falar sobre urbanismo sem falar de pessoas”, afirma o ativista. Desde então, a proposta do grupo foi tomando vulto e conquistando apoiadores. Dentre eles, o artista de rua Mundano, conhecido por costumizar as carroças de carrinheiros da cidade. 


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A princípio, o grupo pensou em utilizar os depósitos abandonados existentes na comunidade – restos de uma indústria que funcionou na região até meados do século passado – como imensos murais para os retratos dos moradores locais: imagens que chegam a ter quase 3 metros de altura por 1,80 metro de largura (veja galeria de fotos). Devido à fragilidade das estruturas, ocupadas desde 1990, o grupo aguarda um parecer do Corpo de Bombeiros para poder usá-las.

Financiamento coletivo

As visitas fotográficas terminaram no último dia 15. Os cliques, agora, serão ampliados e fixados em pontos da Favela do Moinho e seu entorno. Inada explica também que já começaram as negociações com a prefeitura para que as colagens ocorram em grandes vias da cidade. Ao mesmo tempo, serão publicados na internet os depoimentos gravados em vídeo. Ainda não há uma data certa para isso ocorrer.

Para a etapa atual, o projeto precisa de doações (a partir de 10 reais), sobretudo para a impressão das imagens, feita no estúdio de JR, em Nova York. Para tanto, o grupo criou uma campanha de crowdfunding no site Catarse, aberta a quem quiser ajudar. Até o momento, foram arrecadados pouco mais de 6.000 dos 11.990 reais necessários para as despesas postais e a compra do material para a colagem das fotos, como escadas, pincéis, rolos, cola e baldes.

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O valor, como é prática nesse tipo de financiamento, rende “recompensas” aos contribuintes. Os prêmios variam de acordo com o valor destinado ao projeto e vão desde camisetas e fotos em papel algodão até DVDs com os depoimentos e vale-cursos na Escola São Paulo. Caso a meta não seja alcançada, o valor será devolvido a todos os participantes.

Para Inada, as imagens e as histórias narradas são fundamentais na mudança de opinião das pessoas sobre os habitantes da Favela do Moinho. “Se eles aparecerem de novo nos telejornais, poderão ser vistos como pessoas normais, e não dentro do estereótipo negativo do favelado.”

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