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Por que o São Paulo é tão bom

Exemplo de organização, time está com a mão em mais um título

Por Rodrigo Brancatelli
Atualizado em 5 dez 2016, 19h21 - Publicado em 18 set 2009, 20h35

Exemplo de organização, o São Paulo está com a mão em mais um título

Juvenal Juvêncio costuma repetir que adora ser odiado. Quanto mais gritam impropérios ou torcem contra ele, melhor. “Fico orgulhoso”, assume. “É a prova de que alguma coisa certa eu estou fazendo.” Advogado e criador de cavalos da raça mangalarga, Juvêncio tornou-se motivo de inveja por causa de outra ocupação. Ele é presidente do São Paulo Futebol Clube, agremiação que em 2005 ganhou o Campeonato Paulista, a Copa Libertadores e o Mundial Interclubes (os dois últimos pela terceira vez em sua história, feito inédito no país). Já neste ano, depois de ter sido vice-campeão paulista e da Libertadores, está com uma mão no seu quarto caneco nacional. Seus torcedores passaram a semana apostando que o novo título do Brasileiro seria alcançado neste domingo (19), no jogo contra o Atlético Paranaense.

Fora do gramado, o São Paulo também é campeão. Tem as finanças em dia, ótima estrutura de treinamentos, um setor médico que está entre os melhores do mundo, torcida que cresce sem parar… “Com clubes que parecem ser da Idade da Pedra, o São Paulo serve de exemplo”, diz o jornalista Milton Neves, santista declarado. “Ele nunca teve Pelé, Parmalat ou Kia Joorabchian para ajudar, mas ainda assim se transformou no maior da América do Sul.”

Mais do que uma escalação repleta de craques galácticos, a equipe tem um segredo que se chama planejamento. O São Paulo é hoje um oásis de organização e estrutura no futebol brasileiro. Num cenário em que são raras as equipes que não devem fortunas a bancos ou a federações estaduais, o clube deve terminar o ano com quase 100 milhões de reais em caixa, apesar de pagar alguns dos maiores salários do país. O goleiro-artilheiro Rogério Ceni, por exemplo, embolsa algo em torno de 300.000 reais por mês – é pouco se comparado aos 4,5 milhões de Beckham ou de Ronaldo no Real Madrid (Espanha), mas só perde por aqui para os 500.000 reais que o meio-campista Zé Roberto recebe do Santos. “Dirigente precisa entender de futebol e de finanças, não pode virar refém de técnico”, diz Juvêncio, considerado turrão até mesmo pelos seus amigos mais próximos.

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Único estádio paulista com potencial para servir de palco para uma eventual Copa do Mundo em 2014, o Morumbi é, além de orgulho, fonte de lucros para o clube. Apenas os shows das bandas U2 e Rebeldes renderam quase 900.000 reais. Da venda de camisas oficiais, entram outros 190.000 reais por mês (isso significa cerca de 27.000 unidades, que custam no mínimo 110 reais, sendo que a mais procurada atualmente é a do volante Mineiro). Em 2003, a diretoria construiu o Centro de Reabilitação Fisioterápica e Fisiológica (Reffis), no Centro de Treinamento da Barra Funda, um departamento invejado dentro e fora do país que já tratou jogadores como Edmílson, do Barcelona (Espanha), e Júlio Baptista, do Arsenal (Inglaterra). O Reffis conta com uma aparelhagem de ponta, como uma esteira de 20.000 dólares e um tal de “dinamômetro isocinético”, que avalia a musculatura dos atletas e custou 80.000 dólares.

“Nem sempre o São Paulo foi assim”, lembra o ortopedista Marco Aurélio Cunha, superintendente de futebol. “Cheguei a pular muro para ir buscar bolas na rua, dirigir ônibus para apanhar jogador e ajudar o roupeiro. Mas conseguimos pensar no futuro e fazer um planejamento a longo prazo para colher hoje os frutos.” Frutos que, no caso, são reluzentes e estão expostos na sala de troféus.

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