Na tarde desta quarta (18), uma ação da Polícia Civil de São Paulo fechou uma casa de jogos exclusiva de pôquer em Pinheiros. Famosa entre os adeptos, a H2 Club funcionava há seis anos na Rua Henrique Schaumann, próximo à esquina com a Avenida Rebouças.
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A reportagem de VEJA SÃO PAULO acompanhou a operação que surpreendeu os cerca de 100 jogadores espalhados pelas mesas do estabelecimento lotadas de fichas e cédulas, além de inúmeros comprovantes de cartão de crédito com valores que iam de 1 000 a 100 000 reais.
A ação foi motivada por uma denúncia encaminhada há poucos dias à Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur) por um grupo de estrangeiros que perdeu cerca de 100 000 reais no local. “A casa movimentava cerca de 1 milhão de reais diariamente”, afirmou o delegado Osvaldo “Nico” Gonçalves, que liderou a operação.
O público que lotava o empreendimento no momento da chegada da polícia era inteiramente masculino e de idades variadas, com exceção das funcionárias que comandavam as mesas e trabalhavam no restaurante do espaço. Alguns dos clientes chegaram a passar mal com presença inesperada dos agentes. Todos foram encaminhados à Deatur para prestar depoimento.
O proprietário da casa, o empresário Robinson Quiroga, foi detido no local. A polícia também irá atrás dos demais sócios do empreendimento.
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Não é, no entanto, a primeira vez que a H2 é fechada pela polícia. Em todos os casos anteriores, reabriu normalmente após os episódios. Isso porque a lei que regula a prática de jogos de azar no Brasil dá margens a diferentes interpretações quando se trata do pôquer.
Em suma, o jogo é considerado “de azar”, e portanto proibido, quando envolve apostas em dinheiro. Nas ocasiões em que é praticado em forma de torneio esportivo, está liberado. A dubiedade ocorre porque algumas casas classificam o dinheiro apostado como uma taxa de inscrição na competição.
“O pôquer é um esporte e não tem necessariamente a influência da sorte”, argumenta Pablo Naves Testoni, advogado da H2.
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