Serviço de planejador financeiro faz sucesso na capital

O profissional promete organizar as contas de quem está no vermelho e ajudar a realizar planos

Por Mariana Rosario Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 14 fev 2020, 16h00 - Publicado em 20 jul 2018, 06h00
Leanderson Reis, na GFAI: curso de formação (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Com dívidas na marca dos 420 000 reais, a nutróloga Telma Sígolo, de 40 anos, e o administrador Arthur Yamamoto, 36, passavam momentos de tensão todo fim de mês. “Éramos reféns do banco e do cartão de crédito, não sobrava dinheiro para nada”, lembra Telma. Eles chegaram a esse ponto depois de ter feito empréstimos e financiamentos e de a creperia comandada por Yamamoto abrir falência, em 2013. Para pôr tudo no azul, o que demandou a revisão de juros e uma drástica mudança no estilo de vida, o casal teve de pedir ajuda a um planejador financeiro, profissional que se populariza pela cidade.

Há quase 4 000 deles atuantes na metrópole, entre informais e certificados, de acordo com estimativas do setor. Entre as atribuições do personal das finanças para socorrer clientes desesperados, há medidas já bem conhecidas dos que precisam fechar a mão: limar gastos desnecessários, pesquisar antes de comprar e repensar faturas, como diminuir pacotes de telefone, por exemplo.

Outra vertente do trabalho do planejador financeiro consiste em organizar o futuro de quem o contrata, cotando compra de imóveis, pesquisando investimentos, preparando a aposentadoria etc. Em todos os casos, a regra é simples. Caso vá influenciar nos vencimentos da família, qualquer gasto ou aplicação deve ser discutido com o profissional, que dará seu veredicto.

Para contar com esse tipo de serviço, o valor desembolsado pode chegar aos 15 000 reais ao ano e revelar todas as finanças pessoais, incluindo aplicações, heranças e dívidas. Os encontros podem virar mensais, bimestrais ou até anuais. No entanto, é possível tirar dúvidas urgentes via e-mail, WhatsApp… “Entramos na rotina da família, quase como um advogado”, diz Leanderson Reis, que fundou oito anos atrás a empresa especializada GFAI, com unidades na Pompeia, no Tatuapé e no Itaim Bibi. Os mais de quarenta profissionais ligados à companhia organizaram o orçamento de 1 000 famílias no ano passado.

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Yamamoto e Telma: dívida de 420 000 reais controlada (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Para suprir a demanda do mercado, a empresa abriu, há quase dois anos, um curso para formar planejadores. Pelos quatro meses de aulas, pagam-se 12 000 reais. Também treina aspirantes a escola FK Partners, na Vila Olímpia. A formação de quatro meses e meio sai por até 6 000 reais. “São pessoas que querem mudar de área ou ser promovidas”, explica Raphael Palone, um dos sócios da instituição. Esses novos profissionais que enchem as salas de aula estão de olho no salário, que, em casos bem-sucedidos, pode variar de 10 000 a 25 000 reais.

Vale dizer: estima-se que metade dos que realizam a atividade na capital não conta com a certificação intitulada CFP, dada pela Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar). A aprovação no processo, que inclui provas e análise do currículo, gira em torno de 35%. Para obter o documento, não é preciso necessariamente ter diploma no campo econômico. O candidato, entretanto, deve ter prestado serviço supervisionado por um ano ou trabalhado na área por pelo menos três anos — muitos realizam serviços de maneira informal ou atuaram em bancos e outras instituições do ramo.

Como a atividade de planejador não é regularizada no país e não demanda formação específica, deve-se ficar atento. Existem especialistas que enxergam com ressalvas os novos profissionais do pedaço.“Não é possível fazer um bom planejamento sem conhecer a fundo a matemática financeira”, acredita José Nicolau Pompeo, professor do curso de economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). “Sem isso, não há análise de orçamento que funcione.”

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DICAS PARA FICAR NO AZUL

Pensar meses à frente. Todos os projetos familiares, desde uma troca de celular até uma viagem, precisam ser pensados com meses de antecedência, para verificar quanto tempo de poupança demandarão.

Ter um “colchão” de segurança. Deixe o valor correspondente a um período de três a doze meses de gastos (água, luz, telefone…) em um investimento de baixo risco, como poupança e fundo de renda fixa.

Focar a dívida. Aos inadimplentes, não há opção senão priorizar as dívidas. Quem deve dinheiro não pode cogitar poupar nem comprar nada antes de deixar tudo em dia.

Levar em conta os próprios hábitos. Para entender o peso de alguns hábitos no orçamento, deve-se ter em mente períodos maiores. Assim, gastos às vezes pequenos podem ser significativos em um panorama de um ano, por exemplo.

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