“Eu não tenho condições físicas”, diz piloto da Gol que cancelou voo
Tripulação chegou ao limite de jornada possível e trecho entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro teve de ser remarcado
Extremamente sincero. Assim foi o piloto da Gol do voo de número 2125 ao explicar porque não iria decolar o avião que deveria sair do Aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, às 20h15 de segunda (24), rumo ao Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
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“Eu não tenho nem mais reflexos. Eu não tenho mais condições físicas”, afirmou o comandante, cujo nome não foi revelado. “A legislação brasileira é bem clara. Existe um limite de jornada possível para os pilotos e os comissários”, explicou, enquanto um dos passageiros filmava o anúncio, exibido pelo Jornal da Band na última quinta (27). Naquele dia, as más condições climáticas na capital do Rio provocaram uma série de atrasos, sobrecarregando a tripulação.
Segundo a legislação, pilotos e comissários podem trabalhar até 12 horas por dia, tendo de ser substituídos por outra equipe após esse limite. As empresas aéreas, porém, nem sempre têm uma equipe “de reserva”.
“O comandante decidiu corretamente interromper a jornada dos tripulantes a bordo, informando aos clientes sobre a regulamentação da categoria”, disse a empresa em nota. “A companhia aplica permanentemente o monitoramento e controle das jornadas de trabalho de seus colaboradores e desenvolve programas de gerenciamento de fadiga alinhados às melhores práticas da indústria da aviação mundial”.
Os passageiros foram acomodados pela companhia em hotéis e seguiram viagem com sete horas de atraso. A Gol pediu desculpas pelo desconforto e ressaltou que “eventuais alterações nos horários e trajetos de voos são procedimentos, ainda que indesejados, necessários às operações aéreas”.
(Com Estadão Conteúdo)