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Periferia fica de fora da expansão das ciclovias

Entre os mais pobres, 83% nunca usaram ciclovia na capital, segundo pesquisa

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 15h17 - Publicado em 29 set 2016, 10h05

A expansão das ciclovias de 2013 para cá se deu prioritariamente no centro expandido, onde estão os bairros mais valorizados de São Paulo. Os atuais 354 quilômetros de pistas exclusivas passam longe de locais populosos da periferia, como Guaianases, na Zona Leste, Grajaú, na Sul, e Brasilândia, na Norte. A estratégia explica o resultado da última pesquisa da Rede Nossa São Paulo – entre os mais pobres, 83% nunca usaram ciclovia – e aponta os desafios do próximo prefeito.

Criticada ao longo de toda a gestão Fernando Haddad (PT), a política de ampliação das ciclovias foi aos poucos deixada de lado nesta campanha. Quando citam o tema, os principais concorrentes do prefeito dizem só que vão aprimorar o modelo, rever os trechos mais polêmicos e, quando possível, ampliar a rede. É o que prometem João Doria (PSDB), Marta Suplicy (PMDB) e Celso Russomanno (PRB). Nesta reta final, ninguém diz que é contra, muito menos arrisca anunciar uma expansão, seja qual for a direção.

+Projeto de expansão das ciclovias custa mais que o triplo do previsto

Apesar de não ter sido priorizada no plano cicloviário por Haddad, a periferia é a região onde mais se anda de bicicleta em São Paulo. O extremo leste é o campeão na escolha do modal como meio de transporte diário. O grupo de bairros formado por Jardim Helena, Itaim Paulista, São Miguel, Vila Curuçá e Vila Jacuí está em primeiro no ranking. A média na região é de 18 000 viagens a trabalho, por dia, segundo outra pesquisa de mobilidade, desta vez realizada pelo Metrô, em 2012.

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Necessidade

Após três anos da divulgação do estudo, só Jardim Helena e São Miguel receberam ciclovias na gestão petista. A expansão de 447% da malha seguiu por outros caminhos: República, Santa Cecília, Consolação, Bela Vista, Vila Mariana e Moema.

Para o cicloativista William Cruz, a decisão de abastecer primeiro a região central com ciclovias não foi errada, mas deve agora ser complementada. “O próximo governo deve investir na construção de uma malha que leve às estações de trem e depois interligá-las com as pistas que chegam ao centro”, disse. Segundo Cruz, outra medida importante é planejar redes nos bairro, com acesso aos centros comerciais. Há demanda para isso” afirma.

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As primeiras pistas inauguradas por Haddad ocuparam ruas do centro, como a Avenida Duque de Caxias, a Alameda Eduardo Prado e as ruas do entorno dos Largos do Paiçandu e do Arouche. De lá, a ampliação se deu de ‘dentro para fora’. Após essa primeira fase, o coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo, Mauricio Broinizi, defende agora que o próximo governo use o Plano Municipal de Mobilidade como meta para a continuidade da expansão.

“Serão necessárias mais duas ou três gestões para se alcançar o que determina o plano (1,7 mil km de ciclovias espalhadas pela cidade). Mas, seguindo nessa linha, as periferias estarão devidamente atendidas”, disse. Para ele, as ciclovias centrais foram importantes para disseminar a cultura da bicicleta e reduzir a resistência da população.

O plano prevê pistas exclusivas para ciclistas em vias importantes da cidade, como a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, que leva aos bairros de Perus e Jaraguá, na zona norte, e também as Avenidas Aricanduva e Ragueb Chohfi, na direção do extremo leste. Hoje, quem anda de bike por ali tem de dividir espaço com os carros.

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