Grupo de pequenos filantropos paulistanos levanta R$ 1 milhão em 2 anos
O projeto One Goal, ou “Uma Meta”, surgiu em setembro de 2020, quando a pandemia levou muita gente a abraçar a solidariedade
Eles ainda frequentam o colégio e praticam atividades típicas de crianças, mas têm causado um impacto social de gente grande. Quase sem a ajuda dos adultos, passaram a organizar campanhas para arrecadar doações a causas sociais e amigos em dificuldades. Em dois anos, graças a parcerias com marcas e celebridades (e a uma forcinha de alguns bons contatos), essa turma de pequenos filantropos paulistanos levantou ao todo mais de 1 milhão de reais.
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A iniciativa se chama One Goal, ou “Uma Meta”, em inglês. Surgiu em setembro de 2020, quando a pandemia levou muita gente a abraçar a solidariedade. A ideia nasceu na casa da família de Samantha e André Schwartz, CEO e sócio do Banco Genial. As quatro filhas do casal são fundadoras da One Goal: Carolina (17 anos), Julia (16), Manuela (13) e a pequena Catarina (6). Participa também o namorado da mais velha, Carlos Eduardo (17).
A proposta é simples: uma meta por mês. Os objetivos variam — vão desde ajudar moradores de Petrópolis (RJ) atingidos pelas chuvas até juntar uma poupança para um amigo estudar fora do país. “Queríamos um formato diferente. Fizemos um brainstorm e bolamos as campanhas mensais”, diz Carolina.
A sacada deu certo. Empresas como Track&Field, Pátria Investimentos, Natural One e Alta Diagnósticos se tornaram patrocinadoras das ações. Famosos como o ex-jogador Kaká também apadrinharam a iniciativa. “Sempre tem alguém que conhece alguém… Aí conseguimos chegar no pessoal”, diz Julia.
São os próprios jovens que fazem as reuniões com os executivos das empresas e organizam a logística das doações. Julia e Manuela ficam a cargo das redes sociais, os mais velhos montam as propostas de patrocínio e até a caçula Catarina dá uma força — ela ajudou a preparar as cestas de uma caça a ovos de Páscoa filantrópica na escola bilíngue onde estudam. Tocam a One Goal nos raros momentos livres entre o colégio e as atividades diárias, como balé, piano e tênis.
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Na campanha atual, estão vendendo camisetas (170 reais) e velas (kit a 200 reais) com tema da seleção brasileira para ajudar projetos sociais. “Nossos amigos compraram mais de 300 camisetas e 200 velas”, diz Manuela. “O projeto nos ensinou que nem todos têm as mesmas oportunidades”, conclui Julia.
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Publicado em VEJA São Paulo de 23 de novembro de 2022, edição nº 2816