“Ópera dos Vivos” reflete sobre o regime militar

Montagem, escrita e dirigida por Sérgio de Carvalho, tem quatro atos e quatro horas de duração

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 18h19 - Publicado em 28 jan 2011, 23h46

Ao tratar o teatro como mensagem coletiva, a Companhia do Latão faz um trabalho que praticamente deixou de existir no Brasil. Pelo menos com tal fôlego. Resultado de três anos de pesquisa, o drama Ópera dos Vivos traça um retrato do regime militar sob o ponto de vista de quem fez a arte em quatro áreas: o teatro, o cinema, a música e a televisão. A montagem, escrita e dirigida por Sérgio de Carvalho, tem quatro atos (entre eles, um belo filme em preto e branco) e quatro horas de duração. Não é recomendada para um público em busca apenas de entretenimento. O grupo propõe uma reflexão sobre um tema ainda bastante presente, embora aparentemente esquecido.

O primeiro ato, “Sociedade Mortuária”, apresenta a revolta de uma mulher que não consegue enterrar o marido e o empenho de uma professora para alfabetizar camponeses. Em seguida, o filme “Tempo Morto” enfoca um banqueiro envolvido com uma atriz às vésperas do golpe. Na terceira parte, “Privilégio dos Mortos”, uma cantora passa a ser vigiada para não manifestar suas opiniões. O último ato — e mais sutil, justamente por apelar menos ao panfleto — é “Morrer de Pé”. Em um estúdio de TV, um ator recusa-se a gravar uma cena e acaba pressionado pela produtora a seguir o roteiro. O Latão às vezes exagera no discurso. Mas apoia-se na solidez dos nove atores e da dramaturgia para trazer à tona um gênero relevante, o do teatro político.

AVALIAÇÃO ✪✪✪

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.