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Obra de Tomie Ohtake na Paulista é rejeitada

Secretaria de Cultura afirma que a peça é "desproporcional à dimensão do traçado urbano existente, prejudicando a leitura do eixo visual" da avenida

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 5 dez 2016, 12h17 - Publicado em 12 jul 2015, 11h32

Um parecer técnico da prefeitura pode inviabilizar um dos últimos desejos da artista plástica Tomie Ohtake, morta em fevereiro: a instalação de uma escultura sua na Avenida Paulista. A história começou em setembro de 2013, quando a artista inaugurou uma obra em Santo André, no ABC paulista. Alguém lhe perguntou onde mais gostaria de ter uma escultura, e Tomie respondeu prontamente que seria na Paulista.

Vale lembrar que, entre as cerca de 50 obras públicas da artista, há uma já instalada na via desde 2007, em frente ao Edifício Santa Catarina – projetado por seu filho Ruy Ohtake. Entretanto, apesar das vistas do público e do espaço aberto, tal escultura está em terreno privado.

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Dirigentes da Associação Paulista Viva souberam da declaração de Tomie e a procuraram com a proposta: faça um projeto e nos encarregamos de viabilizar a instalação. Meses antes de sua morte, aos 101 anos, Tomie entregou a encomenda. Como costumava fazer, esculpiu a obra em escala reduzida – com cerca de 20 centímetros de altura -, e previu seu tamanho real, dando outras especificações.

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Um assistente encarregou-se de reproduzi-la, ainda em miniatura, mas com materiais duráveis, e em vermelho.Tudo foi entregue à Associação Paulista Viva para os trâmites necessários. A entidade participou de reunião com a Prefeitura ainda em 2013 e, no ano seguinte, foi atrás de um patrocinador. O Citibank topou financiar a execução da obra e um local foi escolhido: a Praça do Ciclista, no cruzamento com a Rua da Consolação.

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Para a família Ohtake, em breve, uma das últimas criações de Tomie ganharia visibilidade na via mais simbólica da capital. Mas veio a negativa. Em reunião em 19 de junho, a Comissão de Gestão de Obras e Monumentos Artísticos em Espaços Públicos, do Departamento de Patrimônio Histórico, órgão da Secretaria de Cultura do Município, indeferiu o pedido.

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O órgão explicou que a desaprovação se deu por razões técnicas. Entre elas, um conflito entre o croqui e a planta apresentados, que divergem sobre o local exato de instalação da obra – que teria sete toneladas – na praça. Também foi argumentado que “há incompatibilidade entre a implantação da escultura e o traçado da ciclovia proposta” e que “a escultura é desproporcional à dimensão do traçado urbano existente, prejudicando a leitura do eixo visual” da Paulista.

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A Secretaria da Cultura informou que está em andamento uma “proposta de implantação de obra de arte na Praça do Ciclista, a ser realizada por meio de concurso público, em homenagem aos ciclistas que foram vítimas do trânsito da cidade”. Talvez desconhecendo o desejo de Tomie, o órgão também sugeriu “outros locais para implantar a obra”, entre eles a Praça Panamericana, por causa da proximidade do Instituto Tomie Ohtake.

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Na terça, o arquiteto e designer Ricardo Ohtake, filho da artista e diretor do Instituto Tomie Ohtake, reuniu-se com a Associação Paulista Viva e o Citibank. “Surgiram ideias de outros locais na própria Paulista, mas ainda não tomamos uma decisão”, conta. O vice-presidente da Paulista Viva, Antonio Carlos Franchini, também se mostrou otimista quanto a manter a obra na Paulista. “Vamos identificar um local.” 

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