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Herói do trabalhador ou líder de gangue? Obama fala sobre Lula com Bial

Na noite de segunda (17), o programa Conversa com Bial teve como entrevistado o ex-presidente dos Estados Unidos

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 18 nov 2020, 14h56 - Publicado em 17 nov 2020, 17h00

O programa Conversa Com Bial teve como convidado na última segunda (16) o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama, por ocasião do lançamento nesta terça (17) do primeiro volume de seu livro de memórias, o esperado Terra Prometida. Um momento polêmico da conversa teve como assunto o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva.

Obama em entrevista a Pedro Bial: discussão norteada pelo livro que o ex-presidente americano lança hoje (17) (Reprodução/Rede Globo/Veja SP)

“Na primeira vez que Obama menciona no livro o ex-presidente Lula, ele o descreve assim: ‘Ex-líder sindical, grisalho e cativante, com uma passagem pela prisão por protestar contra o governo militar, eleito em 2002, tinha iniciado uma série de reformas pragmáticas que fizeram as taxas de crescimento do Brasil dispararem, ampliando sua classe média e assegurando moradia e educação para milhões de cidadãos mais pobres. Constava também que tinha os escrúpulos de um chefão do Tammany Hall'”, disse Bial ao começar a contextualizar a pergunta que viria.

“Tammany Hall foi uma organização política da cidade de Nova York, comandada por políticos democratas, que dominou a região durante oitenta anos, entre a segunda metade do século 19 e primeira do século 20. Tammany Hall é sinônimo de corrupção e banditismo político. Portanto, é assim que ele completa a sua apresentação de Lula”, continua Bial para terminar o prelúdio voltando ao livro de Obama: “E circulavam boatos de clientelismo governamental, negócios por baixo do pano e propina na casa dos bilhões.”

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Cena do encontro em Lula e Obama no G20: encontro entre os ex-presidentes
Cena do encontro em Lula e Obama no G20: encontro entre os ex-presidentes (Reprodução/Rede Globo/Veja SP)

A pergunta que faz logo depois tem um adendo, um encontro famoso entre Lula e Obama: “Os brasileiros se lembram bem quando na reunião do G20, em 2009, quando você cumprimentou o ex-presidente Lula da Silva dizendo: ‘Esse é o cara. Amo esse cara. É o político mais popular da Terra.’ No livro, você fala de Lula, reconhece as conquistas sociais que ele teve, mas também diz que supostamente ele era uma espécie de mafioso político, envolvido em corrupções bilionárias e esquemas de propina. Então existem duas entidades políticas, o herói dos trabalhadores e o líder de gangue. E só existe um só homem, o Lula. Hoje você ainda diria que ele é o cara?”

Obama pondera e diz: “Com os relatos de corrupção que surgiram e que afetaram o sistema brasileiro… Na época, eu não sabia de todos eles. Acho que o dom que o Lula tinha ao se conectar com o povo brasileiro e o progresso econômico que realmente aconteceu, quando ele tirou as pessoas da pobreza naquela época, são coisas que não podem ser negadas. Uma das coisas que tento fazer no livro é descrever as complexidades de todas as figuras.  Falo do Putin, da Merkel, do Singh, da Índia. O que você acaba percebendo quando está no palco do mundo é que a maioria dos líderes são um reflexo das contradições e das tensões dos seus países. Existem alguns, como Merkel, de quem eu era muito próximo e com quem trabalhei durante muito tempo. Existem outros, como Putin, com quem tive uma relação de mais rivalidade. Mas, para poder entender qualquer um desses líderes, é importante entender a história deles, o contexto no qual operam e as restrições políticas com as quais precisam lidar”, disse.

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“Isso é parte do motivo para que eu, ao longo do livro, tente oferecer um pouco mais de contexto histórico dos países que visito e dos líderes com os quais eu lido. Muitas vezes, não reservamos um tempo para nos entender além das fronteiras nacionais. Esses desentendimentos podem gerar conflitos e guerras”, concluiu Obama sobre o assunto.

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