Madrugada gastronômica em Higienópolis
Treze chefs vão organizar uma descolada feira noturna na cidade
Pão, salsicha e mostarda, acompanhados de uma infinidade de complementos, representam uma das poucas alternativas disponíveis aos baladeiros que, depois da festança, não encontram nada melhor para matar a fome. O chef Checho Gonzáles, ex-comandante das panelas do Aji (extinto em 2010) e atualmente envolvido no mercado de eventos gastronômicos, faz parte da categoria dos boêmios órfãos de boas opções. “Uma cidade tão viva quanto São Paulo precisa oferecer bons serviços em todos os horários do dia”, acredita.
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Com o objetivo de acabar com essa lacuna, ele desenvolveu uma ideia original: reunir alguns profissionais de restaurantes e bares badalados para organizar uma feira gastronômica durante a madrugada, na qual os participantes podem oferecer suas especialidades e vender alguns ingredientes bacanas em barraquinhas montadas no local. Batizado de O Mercado, o negócio tomou forma e terá sua primeira edição no próximo sábado (21), Dia de Tiradentes, na Rua Minas Gerais, em Higienópolis, no pátio do Sal Gastronomia, onde trabalha o cozinheiro Henrique Fogaça, parceiro de Gonzáles na empreitada. Treze profissionais aderiram ao projeto e estarão lá da meia-noite às 5 da manhã oferecendo, por preços entre 5 e 20 reais, diversas opções de pratos e petiscos.
A chef Janaina Rueda, responsável pelo cardápio do Bar da Dona Onça, no centro, é uma das convidadas para entreter os fregueses. “Achei a ideia fantástica e decidi resgatar um prato delicioso e típico de Goiás para participar da brincadeira”, conta. Dentro de embalagens biodegradáveis, ela servirá um arroz que leva linguiça, carne de boi e de frango.
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Os fãs do picadinho do brasileiro Na Cozinha, no Jardim Paulista, vão encontrar ali uma versão inédita da iguaria. “Inspirado no buraco quente, que é um sanduíche bem paulistano, criei um minipão francês recheado de carne picada na ponta da faca”, afirma o chef Carlos Ribeiro. Colombiano radicado na cidade desde 2010, Dagoberto Torres é um dos mais empolgados com a iniciativa. “No começo da minha carreira trabalhei vendendo cachorro-quente em barraca, e acho importante valorizar a cultura da gastronomia de rua”, diz ele, que é sócio do Suri Ceviche Bar, em Pinheiros.
Sobremesas e bebidas também estarão garantidas em O Mercado. Os canudos de massa sequinha e recheios variados que são a marca da Cannoleria Casa di Dante, na Consolação, serão oferecidos pelo chef Alexandre Leggieri. As bebidas ficam por conta das sugestões de vinhos da sommelière Dani Bravin e os drinques virão da carta do descolado bar Caos, na Augusta. A ideia ganhará uma versão maior no Minhocão durante a Virada Cultural, que acontece entre os dias 5 e 6 de maio. “Serão vinte chefs cozinhando para cerca de 40.000 pessoas”, antecipa Daniela Narciso, que está organizando a iniciativa. Nomes como Alex Atala, do D.O.M., e Rodrigo Oliveira, do Mocotó, já confirmaram presença.