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Novos tratamentos prolongam a expectativa de vida de cães e gatos

Conheça as doenças crônicas que mais acometem cães e gatos na velhice e o que há de mais moderno para tratá-las

Por Camila Antunes
Atualizado em 5 dez 2016, 19h25 - Publicado em 18 set 2009, 20h32

Aos 11 anos e 7 meses, a cadelinha Josie, da raça alemã dachshund, sofre de bronquite aguda. Também tem dificuldade para andar por causa de calcificações na coluna. Recentemente, desenvolveu mais um problema crônico: diabetes. Na semana passada, submeteu-se a um check-up no Hospital Sena Madureira, na Vila Mariana, especializado em cães e gatos. Ali, teve sua glicose monitorada em tempo real num exame mais moderno que o de curva glicêmica humano – ambos têm a finalidade de avaliar como reage o corpo diante das alterações nas taxas de açúcar. “O veterinário introduz um chip subcutâneo no animal e o médico retira do paciente amostras de sangue com a seringa”, explica o veterinário Mário Marcondes, diretor clínico do hospital. Outra diferença está no preço: o exame nos bichos custa 350 reais, quatro vezes mais que o preço médio cobrado pela análise de curva glicêmica humana. O tratamento de Josie em quase nada difere do recomendado a pessoas que possuem as mesmas doenças: faz dieta sem açúcar, check-up bimestral da glicemia e acupuntura para atenuar as inflamações na lombar. “Ela vai se recuperar. Tenho fé”, diz a comerciante Vilma Gomes, dona da cadelinha. “Emagreci 7 quilos só de acompanhar o sofrimento da Josie.”

É exatamente esse tipo de apego que impulsiona hospitais veterinários e as mais de 4 200 pet shops da cidade. São Paulo tem uma população de 1,5 milhão de cães que vivem dentro de casa – um para cada sete habitantes. Os felinos também são muitos: cerca de 230 000. Há pessoas que desembolsam até 1 000 reais por mês com cuidados de banho, tosa, compra de brinquedos e roupinhas de grife. De acordo com estimativa da Anfal Pet, associação dos fabricantes de ração, os negócios do setor devem crescer 17% neste ano e alcançar 6 bilhões de reais em todo o Brasil. Desse montante, metade vai para cuidados veterinários, vacinação e medicamentos, indica uma pesquisa da consultoria americana ACNielsen.

Animais de pequeno porte como Josie viviam cerca de dez anos até a década de 80. Agora completam 15 com facilidade. Os gatos são ainda mais longevos: chegam aos 20 anos graças às benesses de possuir uma casa e leitinho no pires. Novas drogas e terapias prolongam a sobrevida mesmo no caso de animais com doenças agudas. A expectativa para cães que sofrem de insuficiência cardíaca, por exemplo, subiu de 8 meses para 1 ano e meio (em média, já que esse tipo de prognóstico depende muito do histórico e da raça do animal).

Até pouco tempo atrás, não havia escala de mercado que justificasse a importação de equipamentos como o ABX Pentra, que consegue revelar 150 exames de sangue por hora. “É igual ao que tem no Fleury”, diz o técnico Ricardo Lopes, enquanto imprime os laudos no computador. A rede de laboratórios Provet, onde ele trabalha, investiu 1 milhão de reais em novas máquinas, entre as quais se destaca também o ultra-som colorido. “Solicito exames em 70% dos casos”, diz a veterinária Giovanna Callari Cesar, que tem uma clínica em Perdizes. Ela justifica sua precaução. “Conseguimos aumentar a expectativa de vida do animal desde que a prevenção e os cuidados de doenças crônicas comecem cedo.” Com a evolução dos tratamentos, a pergunta agora é: qual é a hora de parar com as intervenções? Psicólogos especializados no apoio a familiares de cães e gatos doentes (sim, eles existem) discordam do exagero: “Em momentos de grande agonia, é melhor garantir uma morte tão boa como foi a vida do amigo fiel”, diz a terapeuta Simone Cortez.

Vida boa até o fim

Eis as doenças crônicas que mais acometem cães e gatos

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na velhice e o que há de mais moderno para tratá-las

• Diabetes

Primeiros sintomas

O animal bebe muita água, urina bastante e emagrece

Exame que revela o diagnóstico

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De sangue

Tratamento

Dieta com ração especial e aplicação de insulina

Novidade

Monitor de glicose em tempo real, que usa um chip subcutâneo no lugar de espetar agulhas cada vez que se tem de retirar uma amostra de sangue

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• Insuficiência cardíaca

Primeiros sintomas

Tosse, falta de ar, cansaço, língua roxa, inchaço na barriga e nas patas

Exames que revelam o diagnóstico

Raio X de tórax (mostra se tem água no pulmão), ecodopplercardiograma (checa o fluxo do sangue dentro do coração), eletrocardiograma (verifica se há arritmia)

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Tratamento

Exercício moderado, dieta com pouco sal, remédios vasodilatadores ou à base de digoxina

Novidade

Teste ergométrico na esteira. O cão tem de passar por uma adaptação de duas semanas para se acostumar a caminhar ali

• Insuficiência renal

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Primeiros sintomas

O animal bebe muita água, urina bastante, tem diarréia, pode vomitar e sofrer desidratação

Exames que revelam o diagnóstico

De sangue completo (com gasometria), ultra-som dos rins

Tratamento

Internação até corrigir a anemia. Em casa, dieta com ração especial e remédios para controlar a pressão. É recomendável check-up de pressão e sangue

Novidade

A injeção do hormônio eritropoietina, que o rim pára de produzir

• Câncer de mama

Primeiros sintomas

Dor, aumento de volume, formação de nódulos e secreção nas mamas

Exame que revela o diagnóstico

Apalpação, no consultório

Tratamento

Cirurgia para extração das mamas e castração (retiram-se útero e ovário). Em alguns casos, quimioterapia

Novidade

Depois da cirurgia, avalia-se o tipo de tumor, o que ajuda a decidir qual é o melhor tratamento

• Artrose

Primeiros sintomas

Patas mancas, perda de apetite, apatia, agressividade

Exames que revelam o diagnóstico

Radiografias, ultra-som das articulações

Tratamento

Com antiinflamatórios e analgésicos. Fisioterapia e acupuntura são opcionais

Novidade

Remédio condroprotetor, que age na formação da cartilagem da articulação, que é o que inflama na artrose

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