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Moro elogia e Doria critica fala de Bolsonaro na ONU

Os dois estão cotados para disputar as eleições presidenciais em 2022

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 14 fev 2020, 15h57 - Publicado em 25 set 2019, 09h30

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) – dois nomes já cotados para a disputa presidencial de 2022 -, emitiram opiniões opostas sobre o discurso do presidente Jair Bolsonaro na 74.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, nessa terça-feira (24). Citado pelo presidente, Moro classificou o discurso como “assertivo”. Já Doria afirmou que o texto lido por Bolsonaro foi inadequado” e “inoportuno”.

O ministro da Justiça elogiou a abordagem de temas como “soberania, liberdade, democracia, abertura econômica, preservação da Amazônia, oportunidades e desenvolvimento para a população brasileira”. Moro se manifestou ontem em seu perfil no Twitter. “Na ONU, PR @jairbolsonaro reitera ao mundo seu compromisso contra o crime e a corrupção”, escreveu o ex-juiz da Lava Jato.

No discurso, Bolsonaro creditou a Moro o julgamento e a punição de “presidentes socialistas que me antecederam”, a quem ele acusou de desviar “centenas de bilhões de dólares comprando parte da mídia e do Parlamento”. Quando era juiz federal de Curitiba, Moro sentenciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que hoje cumpre pena. O petista já discursou na ONU em 2003, 2004, 2006, 2007, 2008 e 2009.

Durante entrevista coletiva nesta terça em São Paulo, o governador João Doria disse que o discurso de Bolsonaro não teve “referências que pudessem trazer respeitabilidade e confiança ao Brasil, no plano ambiental, no plano econômico e no plano político”. “Lamento que o presidente tenha perdido mais uma oportunidade para o Brasil”, declarou o governador, para quem a fala do presidente brasileiro estava carente de “bom senso” e “humildade”.

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Para a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, candidata derrotada nas três últimas eleições presidenciais, Bolsonaro tentou “negar a realidade dos fatos”. Para Marina, o presidente “atacou os povos indígenas ao contestar a liderança do cacique Raoni, como se fosse peça de manobra de governos estrangeiros, e sugeriu o absurdo de que as queimadas na Amazônia podem ter sido causadas por uma prática cultural dos índios e das populações locais”.

Congresso

O discurso do presidente em Nova York dividiu opiniões no Congresso. Para parlamentares alinhados ao governo, a fala de Bolsonaro foi “própria de estadistas”, enquanto opositores demonstraram desconforto com o tom adotado na assembleia da ONU.

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O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) classificou o discurso como “deplorável”. Para ele, Bolsonaro errou gravemente ao atacar povos indígenas. “Envergonhou o Brasil, rompeu a tradição multilateral brasileira, atacou nações amigas do Brasil tradicionalmente, como a França. Se colocou sujeito aos Estados Unidos e não teve a reciprocidade no discurso seguinte, de Donald Trump.”

O PT divulgou nota em que classificou o discurso como “de um deprimente espetáculo”. “O Partido dos Trabalhadores teve a honra e a responsabilidade de levar dois presidentes à ONU e ambos – Lula e Dilma Rousseff – proclamaram na Assembleia-Geral os valores da paz, do diálogo entre povos”, diz o texto. No lugar disso, segundo o comunicado, “Bolsonaro despeja seu ódio virulento”.

Já o deputado Marco Feliciano (Podemos-SP), aliado do presidente avaliou o pronunciamento como “histórico”. “Nosso Brasil entrou definitivamente, para o grupo das nações que ditam os rumos da humanidade!”, escreveu o parlamentar em seu perfil no Twitter.

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