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Dois portenhos em “Medianeras — Buenos Aires na Era do Amor Virtual”

Roteiro explora, entre a comédia e o drama, o cotidiano de duas pessoas quase iguais, quase complementares

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 17h49 - Publicado em 25 ago 2011, 19h40

São sensacionais os primeiros minutos de Medianeras — Buenos Aires na Era do Amor Virtual, que está em pré-estreia em três salas e tem lançamento prometido para sexta (2). Em sua arrebatadora estreia em longa-metragem, o diretor argentino Gustavo Taretto comprime o tempo para discorrer sobre como a arquitetura de Buenos Aires se reflete na vida dos portenhos. Enquanto o estilo clássico francês convive lado a lado com o moderno, os prédios de luxo tiram a luz do sol das janelas dos pequenos edifícios. Diz o protagonista Martín: as construções, para piorar, dão as costas para o Rio da Prata. Ao longo de enxuta uma hora e meia, o roteiro vai explorar, entre a comédia e o drama, o cotidiano de duas pessoas quase iguais, quase complementares. Ambas moram na mesma Avenida Santa Fé e, apesar de serem vizinhas, nunca se encontraram.

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Martín (Javier Drolas) vive numa quitinete, especializou-se na criação de sites, toma ansiolíticos e, cheio de manias, só anda a pé. Depois da internet, descobriu no lar o melhor lugar do mundo. Abandonado pela namorada, tem apenas a companhia do cãozinho dela. Formada em arquitetura, Mariana (papel da espanhola Pilar López de Ayala, de “Lope”) ganhou outra ocupação: tornou-se vitrinista de lojas. Após o término de um relacionamento, ficou traumatizada com os homens. A moça não usa elevador e gosta de procurar o personagem Wally no livro infantil.

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Curta de 2005, “Medianeras”, do mesmo realizador, foi bastante laureado em festivais. Agora em metragem maior, trouxe mais profundidade aos empáticos personagens. Lapidado com humor afinado, saiu da recente competição de Gramado com os prêmios de melhor filme estrangeiro, melhor diretor e júri popular. Seus adoráveis neuróticos anônimos têm inspiração em Woody Allen — não à toa há uma cena de “Manhattan” (1979), do cineasta americano, numa referência explícita. Embora os diálogos sejam pertinentes, prevalecem as azeitadas narrações em primeira pessoa de Martín e Mariana. Em resumo: trata-se de um criativo painel do mundo de hoje, movido por relações virtuais, porém com uma pontinha de esperança na sensibilidade do calor humano.

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