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Maternidade mais luxuosa do país terá até ‘camarote’ anexo à sala de parto

Veja detalhes da São Luiz Star, aposta multibilionária da Rede D'or na cidade, que terá quartos automatizados e diárias de até 12 000 reais

Por Pedro Carvalho
8 abr 2022, 06h00

A futura mamãe chega e vai direto para o quarto, sem burocracias na recepção. Ao adentrá-lo, dá um comando de voz à assistente virtual: “Alexa, iniciar o check-in”. A persiana sobe automaticamente, as luzes e o ar-condicionado se ajustam. A admissão será feita no próprio apartamento, assim como os exames médicos, para evitar caminhadas pelos corredores. O robozinho da Amazon, item de série nos noventa quartos, não serve apenas para automatizar o ambiente: se “escutar” um choro prolongado do bebê, por exemplo, ele avisa sozinho a enfermaria. Os lençóis são do tipo 400 fios, as amenidades do banheiro são da grife Trousseau. Se estiver em uma suíte presidencial, com diárias de 12 000 reais, a “hóspede” terá dois cômodos: um para si, o outro para a família — cada qual com banheiro próprio. É o início da experiência de altíssimo padrão na São Luiz Star, maternidade que promete ser a mais luxuosa do país, com inauguração marcada para junho, na Vila Olímpia.

Quarto luxuoso de uma maternidade, onde aparecem duas poltronas e um sofá na cor bege. O chão é de madeira, a parede ao fundo tem dois quadros e, ao lado, outra parede tem uma TV. Local é bem arejado, aconchegante e iluminado com luzes fracas
A suíte presidencial: ambiente separado para a mãe (no fundo) (Leo Martins/Veja SP)

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Maternidades, em geral, não são o setor que recebe mais investimentos dentro de um hospital. “Como são áreas de baixa complexidade de atendimento, elas têm uma margem (de lucro) menor”, diz Leandro Reis, vice-presidente médico da Rede D’Or, grupo carioca dono da São Luiz Star. Imagina-se, então, que a conta só vá fechar se o novo serviço custar uma bolada. Na verdade, não. Ao menos no início, a casa vai aceitar os mesmos convênios da tradicional maternidade São Luiz, no Itaim (que será transformada em um hospital de alta complexidade pelo grupo).

Quarto da maternidade em tons de marrom, com grande mesa de madeira redonda, poltronas, quadros e prateleiras iluminadas

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Detalhes do apartamento luxuoso da maternidade: um livro de capa dura e um vaso brilhante em cima de uma das mesas
Detalhes do apartamento: 60 metros quadrados (Leo Martins/Veja SP)

Haverá 77 quartos mais simples para acomodar a demanda — todos, porém, com as Alexas e demais amenidades. O preço do pernoite presidencial será só para quem quiser se instalar em um dos dois espaços do tipo disponíveis, no exclusivíssimo 20º andar, ocupado apenas por suítes. O upgrade para um dos onze quartos “luxo”, intermediários, custará 7 000 reais a noite. “A regra (dos convênios) pode mudar, conforme a São Luiz Star se tornar um sonho de consumo e passar a ser cobiçada no mercado”, afirma Reis. O investimento de 550 milhões de reais em uma estrutura tão luxuosa, portanto, só acontece porque o grupo D’Or se viu altamente capitalizado — e decidiu apostar alto em São Paulo.

Mesa com pratos brancos, copos e biscoitos em recipientes transparentes

Banheiro luxuoso com pia branca suspensa, suporte para toalha de rosto bordada em dourado, vela e sabonete líquido

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Em dezembro de 2020, a Rede D’Or protagonizou a maior estreia de uma empresa na bolsa de valores de São Paulo desde 2013, na qual captou 11,4 bilhões de reais. Antes, recebeu aportes do Fundo de Singapura e do Carlyle, outro gigante financeiro. Tem 17 bilhões de reais para investimentos e prevê que a capital paulista concentre pelo menos 4,2 bilhões do montante. A rede já soma 24 hospitais no estado, além de dezenove projetos em construção ou ampliação. Inaugurou, em 2019, o hospital Vila Nova Star, no Itaim, que agora disputa com o Einstein e o Sírio- Libanês os pacientes de alta renda da cidade — e os médicos mais badalados. A maternidade será a primeira com a bandeira Star no país.

restaurante
Projeção: o restaurante (Divulgação/Divulgação)

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recepção
Projeção: a recepção (Divulgação/Divulgação)
Sala de hospital com maca, poltrona, bola de pilates e outros artigos, em um ambiente amplo, arejado e luxuoso
Projeção: sala de parto natural (Divulgação/Divulgação)

A chegada ao quarto é apenas o início da sofisticada jornada pela São Luiz Star. O aposento ainda poderá surpreender com uma infinidade de detalhes — basta se levantar da cama à noite, por exemplo, que um sensor acende luzes suaves no caminho para o banheiro. Mas o ponto alto, claro, será o nascimento. A maternidade criou uma estrutura inédita na cidade: o “life lounge”, uma espécie de camarote anexo à sala de parto, onde até dez pessoas, servidas por uma equipe de garçons, assistem ao momento esperado. A vista é controlada por um vidro polarizado, que fica transparente assim que a criança vem ao mundo com sucesso. Um comunicador sonoro, então, conecta a mãe e os convidados.

Maria Augusta e Jair, que cuidam do novo empreendimento, aparecem na sacada do prédio. Ambos são brancos e de meia idade. Ela usa uma blusa salmão, uma saia vermelha e um colar de pérolas, tem cabelos lisos e castanhos. Ele é grisalho e usa uma camisa azul com gravata azul
Maria Augusta e José Jair: vista privilegiada (Leo Martins/Veja SP)

No instante da “revelação”, uma câmera bate automaticamente oito fotos da turma, como nos flagras das montanhas russas de Miami. Quem não couber no camarote pode acompanhar a experiência pela “babyweb”, um link com transmissão ao vivo. O champanhe será aberto no restaurante do topo do edifício, com 500 metros quadrados, chef francês e adegas para 200 garrafas. “Posso garantir que, em termos de diferenciais de luxo, será um novo padrão de maternidade no Brasil”, afirma o médico José Jair Arruda Pinto, diretor-executivo da regional de São Paulo da Rede D’Or.

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Além dos requintes, o prédio terá equipamentos médicos e de segurança de ponta, como UTIs de alta complexidade e centros para cirurgias fetais (realizadas dentro do útero). Terá oito salas de parto natural com banheiras, “céu estrelado” no teto e uma estrutura para cesárea (caso necessária) ao lado. Bebês e mães usarão sempre pulseiras com RFID (a identificação por aproximação) e, caso a criança se aproxime de uma área imprevista, as portas serão automaticamente trancadas e a segurança, acionada. Existirá inclusive um centro para nascimentos logo na entrada térrea do edifício, para mães que chegarem em trabalho de parto. “É uma situação mais comum do que se imagina”, conta Wellington Almeida, diretor de operações da Rede D’Or. “As equipes técnicas estão sendo escolhidas a dedo”, completa a doutora Maria Augusta Gibelli, diretora médica da instituição.

Amplo prédio espelhado em construção
Fachada do edifício em obras: 550 milhões investidos (Leo Martins/Veja SP)

A “antiga” maternidade São Luiz, perto da Avenida Santo Amaro, fecha as portas em agosto. Tem 126 leitos; a nova terá 173. Passará por uma reforma para virar mais um hospital do grupo. Ao lado, está subindo uma nova torre para a expansão do Vila Nova Star, que fica na calçada em frente — e tem funcionado com ocupação total. A aposta na alta renda, em São Paulo, parece render frutos. “Ainda não estamos fazendo reservas na maternidade”, conta Gibelli. “Mas já temos recebido procura de interessados do país inteiro”, ela conclui.

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Publicado em VEJA São Paulo de 13 de abril de 2022, edição nº 2784

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