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Marca de roupas Animale é condenada por episódio de racismo

Caso ocorreu em 2015, em loja da Rua Oscar Freire

Por Guilherme Queiroz
6 ago 2019, 19h33

A grife de roupas Animale, que pertence a um grupo carioca que controla outras marcas famosas como Fábula e Farm, foi condenada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a pagar 45 000 reais por danos morais em uma ação indenizatória.

Em março de 2015, o norte-americano Jonathan Duran, morador da Zona Oeste da capital, alegou que seu filho, Lucas, foi vítima de racismo por parte de uma funcionária da Animale. O caso ocorreu em uma loja da empresa na Rua Oscar Freire, nos Jardins. No episódio, o menino, que é negro e então tinha 8 anos de idade, estava na calçada do estabelecimento esperando pelo pai, quando foi surpreendido pela mulher, que disse que ele não “poderia vender nada por ali”.

O caso foi postado no Facebook de Duran, e então ganhou grande repercussão.

Em depoimento na Justiça, a funcionária disse que confundiu o garoto com outros que vendem produtos nas ruas da região. Segundo ela, na ocasião, Lucas segurava os mesmos tipos de adesivos que os menores ambulantes comercializavam nas calçadas.

Inicialmente Duran não tinha intenção de entrar com algum tipo de processo contra a empresa. “Esperava ter um diálogo com a Animale”, lembra o executivo do mercado financeiro. “Ignoraram todos os meus pedidos, fingiram que não aconteceu”, lembra ele, que diz que queria que a marca apresentasse “medidas para evitar que mais atos de racismo ocorressem dentro das lojas deles”.

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Apesar da acusação de racismo, a sentença foi proferida para caso de danos morais. “É preciso anotar que não há elementos nos autos mostrando que Lucas foi tratado ou ofendido com palavras preconceituosas, nem, repisa-se, de cunho racista”, diz a decisão assinada pelos desembargadores Coutinho de Arruda, Mauro Conti Machado, Miguel Petroni Neto, Jovino de Sylos e Simões de Vergueiro.

“Ele (Lucas) precisa saber o que aconteceu, e saber que existe o racismo no mundo. Espero que a luta que assumi por esse caso sirva como exemplo, que não é para ele aceitar o racismo passivamente”, diz Duran.

O prazo para a Animale recorrer da sentença se encerrou no início de julho. O montante de 45 000 reais foi pago pela empresa, e a família aguarda a liberação do dinheiro. Desse valor, 15 000 reais são para o pai, e 30 000 reais ao filho.

Por meio de nota, a empresa disse que: “o processo foi concluído e devidamente esclarecido na esfera jurídica não havendo condenação por discriminação por preconceito racial ou social. E que a indenização de 45 000 reais foi a título de danos morais devido aos transtornos causados pela situação. O processo já foi concluído e encerrado”.

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