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MAM registra boletim de ocorrência contra agressões

Até a hora do fechamento do museu neste domingo ainda pairavam ameaças de grupos radicais conservadores, segundo a assessoria do local

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 2 out 2017, 10h55 - Publicado em 2 out 2017, 10h54

O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) recebeu neste domingo (1) mais de uma centena de artistas e diretores de museus que prestaram solidariedade à instituição pelas agressões que vem sofrendo nos últimos dias. Um ‘abraçaço’ em torno da sede do museu selou o compromisso de importantes nomes das artes visuais do Brasil, entre eles Paulo Pasta, Ivo Mesquita, Aguilar e Guto Lacaz, contra atos de barbárie perpetrados contra instituições como o MAM, que, na sexta-feira, segundo nota da direção do museu, “foi invadido e seus colaboradores e visitantes foram alvo de ofensas e agressões verbais em claro ato intimidatório”.

No sábado, representantes de movimentos conservadores protestaram contra a performance do bailarino e coreógrafo Wagner Schwartz no dia da abertura da 35ª. edição do Panorama da Arte Brasileira, na última terça. Dessa vez, segundo a nota de posicionamento do MAM, “além das agressões verbais, cometeram atos de violência física contra visitantes e colaboradores”. Em resposta às agressões, o museu registrou dois boletins de ocorrência, “nos quais constam também denúncias de ameaças de danos ao patrimônio por meio de telefonemas anônimos e mensagens em plataformas de mídias sociais”.

Na nota, o MAM esclarece mais uma vez que a performance La Bête, realizada na abertura do Panorama, “se deu com a sala sinalizada incluindo a informação de nudez artística, seguindo o procedimento regularmente adotado pela instituição de informar os visitantes quanto a temas sensíveis”.

O trabalho apresentado na ocasião, afirma a nota, “não tem conteúdo erótico e se limitou a uma leitura interpretativa da obra Bicho, de Lygia Clark, historicamente reconhecida pelas suas proposições artísticas interativas.”

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Na performance, o coreógrafo Wagner Schwartz manipula um “bicho” de plástico (originalmente uma peça articulável de metal), colocando-se à disposição do público para ser igualmente articulado. Uma pessoa presente gravou a performance em vídeo e o transmitiu por rede social. O vídeo viralizou e foi interpretado por internautas como um ato de pedofilia, porque uma mãe e sua filha menor tocaram no corpo do performer.

“O museu reitera ainda que a criança que aparece no vídeo veiculado por terceiros era visitante e estava acompanhada e supervisionada por sua mãe e que as referência à inadequação da situação são resultado de desinformação, deturpação do contexto e do significado da obra”.

“O MAM considera pertinente o debate para o aprimoramento e difusão do marco legal de classificação indicativa nos museus, ao mesmo tempo em que defende a liberdade de expressão na produção cultural”, conclui a nota, agradecendo as manifestações de apoio que tem recebido de instituições culturais e do público. Até a hora do fechamento do museu neste domingo ainda pairavam no ar ameaças de grupos radicais conservadores, segundo a assessoria do museu.

 

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