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Aluno suspenso do Mackenzie que ameaçou matar ‘negraiada’ pede perdão

Em entrevista à TV Globo, estudante falou sobre o caso que provocou revolta na instituição

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2018, 10h36 - Publicado em 31 out 2018, 10h34

Em entrevista exibida na TV Globo, o estudante de Direito do Mackenzie Pedro Bellintani Baleotii, de 25 anos, afirmou que não é “racista, nem preconceituoso, muito menos violento”. A declaração foi dada após a repercussão do vídeo em que ele aparece indo votar com uma camiseta do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) dizendo: “Tá vendo essa negraiada? Vai morrer!”.

“Só queria pedir perdão pelos sentimentos que eu causei nas pessoas que se sentiram até ameaçadas, enfim, agredidas, pela contundência do meu áudio aí completamente infeliz”, disse Baleotii, por telefone, à emissora de TV.

Ainda na noite de terça, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do DHPP instaurou inquérito policial para investigar o crime de discriminação ou preconceito de raça. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o aluno envolvido “será convocado para prestar esclarecimentos.”

No vídeo, não é possível saber se o caso ocorreu no primeiro ou no segundo turno. “Indo votar ao som de Zezé, armado com faca, pistola, o diabo, louco para ver um vadio, vagabundo com camiseta vermelha e já matar logo. É, tá vendo essa negraiada? Vai morrer! Vai morrer! É capitão, c*ralho”, diz o estudante na gravação.

O jovem também foi demitido do escritório de advogados no qual estagiava. O De Luca, Derenusson, Schuttoff e Azevedo Advogados (DDSA) publicou uma nota em suas redes sociais afirmando que repudia ações que violem direitos e garantias estabelecidas pela constituição federal.

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O caso provocou revolta entre os estudantes da instituição que organizaram uma numerosa manifestação nas dependências do campus localizado em Higienópolis. Em gravações do ato, é possível ver palavras de ordem a exemplo de Racistas não passarão” e “Mackenzie, se posiciona, os seus alunos não aceitam essa vergonha”.

Outra manifestação está marcada para a noite desta terça, organizada pelo Coletivo Negro Afromack.

Veja a nota do reitor do Mackenzie, Benedito Aguiar Neto, na íntegra:

“A Universidade Presbiteriana Mackenzie tomou conhecimento de vídeos produzidos por um discente, fora do ambiente da Universidade, e divulgados nas redes sociais, onde ele faz discurso incitando a violência, com ameaças, e manifestação racista.

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Tais opiniões e atitudes são veementemente repudiadas por nossa Instituição que, de imediato, instaurou processo disciplinar, aplicando preventivamente a suspensão do discente das atividades acadêmicas. Iniciou, paralelamente, sindicância para apuração e aplicação das sanções cabíveis, conforme dispõe o Código de Decoro Acadêmico da Universidade.”

Benedito G. Aguiar Neto

Reitor

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