Após vídeo de teor racista, aluno do Mackenzie é alvo de manifestações
Instituição puniu estudante que identificou-se como apoiador de Bolsonaro; outro ato está marcado para hoje a noite
Um aluno do curso de direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie foi alvo de manifestações de colegas e suspenso pela instituição de ensino, nesta terça (30), após publicar um vídeo nas redes sociais no qual diz que “a negraiada vai morrer”.
O vídeo foi gravado enquanto o rapaz preparava-se para votar para votar nas eleições 2018. Não é possível saber pelas imagens se foi no primeiro ou segundo turno. “Indo votar ao som de Zezé, armado com faca, pistola, o diabo, louco para ver um vadio, vagabundo com camiseta vermelha e já matar logo. É, tá vendo essa negraiada? Vai morrer! Vai morrer! É capitão, c*ralho”, diz o estudante na gravação.
O jovem também foi demitido do escritório de advogados no qual estagiava. O De Luca, Derenusson, Schuttoff e Azevedo Advogados (DDSA) publicou uma nota em suas redes sociais afirmando que repudia ações que violem direitos e garantias estabelecidas pela constituição federal.
O caso provocou revolta entre os estudantes da instituição que organizaram uma numerosa manifestação nas dependências do campus localizado em Higienópolis. Em gravações do ato, é possível ver palavras de ordem a exemplo de “Racistas não passarão” e “Mackenzie, se posiciona, os seus alunos não aceitam essa vergonha”.
Outra manifestação está marcada para a noite desta terça, organizada pelo Coletivo Negro Afromack.
Veja a nota do reitor do Mackenzie, Benedito Aguiar Neto, na íntegra:
“A Universidade Presbiteriana Mackenzie tomou conhecimento de vídeos produzidos por um discente, fora do ambiente da Universidade, e divulgados nas redes sociais, onde ele faz discurso incitando a violência, com ameaças, e manifestação racista.
Tais opiniões e atitudes são veementemente repudiadas por nossa Instituição que, de imediato, instaurou processo disciplinar, aplicando preventivamente a suspensão do discente das atividades acadêmicas. Iniciou, paralelamente, sindicância para apuração e aplicação das sanções cabíveis, conforme dispõe o Código de Decoro Acadêmico da Universidade.”
Benedito G. Aguiar Neto
Reitor