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A história de Luh Maza, roteirista trans da série ‘Sessão de Terapia’

Um mundo diferente se revelou para a autora, 32, há dois anos

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 13 set 2019, 11h18 - Publicado em 13 set 2019, 06h00

Um mundo diferente se revelou para Luh Maza há dois anos. A dramaturga, de 32, passou a vestir roupas femininas nas ruas, deixou o cabelo crescer e enfrentou o desconforto que a perseguia desde a infância para assumir a identidade de transgênero. “Estou me empoderando de mim mesma para me sentir o mais tranquila possível nesta morada”, afirma a carioca, que se radicou em São Paulo em 2007. “Não existe o antes e o depois, porque sempre fui a Luh, só que agora não me escondo e tudo fica mais leve.”

Luh começou a estudar teatro aos 12 anos e, quatro anos depois, desenvolveu o talento para a dramaturgia. Escreveu as peças Boi da Cara Preta, Três Tempos e Restos, mas foi ao produzir e dirigir a peça Kiwi, em 2016, ainda identificada como Lucianno Maza, que atingiu reconhecimento e entendeu que sua hora chegara. “Vendo a ascensão de Liniker e Linn da Quebrada, artistas vindas da periferia, percebi que não podia mais dissimular minha natureza”, declara, sobre o estímulo para o processo de transição, que é acompanhado por terapeuta, inclui tratamento hormonal e, no futuro, possíveis cirurgias.

Como uma das cinco roteiristas da série Sessão de Terapia, disponível no Globoplay desde 30 de agosto, Luh faz sua voz ecoar. Ela é responsável pela trama do executivo Nando (papel de David Junior), que, apesar de apaixonado pela mulher, procura o psicanalista (o ator Selton Mello) por se ver impotente. “Fui chamada para desenvolver uma personagem trans, mas a equipe acreditou que eu poderia criar qualquer história”, conta.

Um novo trabalho está em curso. Trata-se de uma série ainda sem título, produzida pela Zola Filmes, da atriz Cláudia Abreu e do cineasta José Henrique Fonseca. Luh confia que, através da sua visibilidade profissional, pode incentivar outras garotas na aceitação. “A transição tardia veio amadurecida porque, se fosse na adolescência, como negra e suburbana, eu não teria alcançado um décimo disso tudo”, diz ela, que namora o ator Elliott Ludovic, trans masculino.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 18 de setembro de 2019, edição nº 2652.

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