Karina Oliani: uma vida de aventuras

Repórter radical, a médica Karina Oliani viaja o mundo em busca de desafios

Por F. N.
Atualizado em 5 dez 2016, 19h07 - Publicado em 26 out 2009, 17h39

É difícil dizer se a paulistana Karina Oliani, com toda essa carinha de garota sapeca, está trabalhando ou aproveitando seu tempo livre. Seja durante suas folgas, seja apresentando o Rota Radikal, quadro quinzenal do programa Esporte Fantástico – exibido pela Rede Record aos sábados, às 13 horas -, ela invariavelmente se encontra em algum lugar inusitado ou perigoso. Seu último destino foi a Tanzânia, onde escalou a montanha mais alta do continente africano, o Monte Kilimanjaro, com 5 895 metros. Aos 27 anos, Karina já experimentou os esportes mais radicais. Nadou com tubarões-brancos, mergulhou em águas profundas para visitar um navio naufragado, escalou uma cachoeira congelada e saltou no maior bungee jumping do mundo.

Tantas aventuras renderam muitas cicatrizes e alguns sustos. Velejando de kitesurf, esporte em que o atleta desliza sobre a água puxado por uma espécie de pipa, ela foi engolida por uma onda. Depois de instantes debaixo d’água, ainda segurando o equipamento, um vento a puxou para fora e a arremessou na areia. ‘ Quando vi a altura da qual estava caindo, achei que fosse morrer ’, lembra. Com a queda, acordou só no hospital.

Formada em medicina, Karina especializou-se em resgate em áreas remotas para poder atuar durante suas experiências radicais. Com dois amigos, criou a organização Medicina da Aventura, que representa no Brasil a Wilderness Medical Society, entidade americana dedicada à saúde em ambientes selvagens. A partir do ano que vem, promoverá cursos para ensinar alguns tratamentos de emergência. ‘O mais importante é a prevenção’, explica Karina. ‘É imprescindível fazer um plano de risco e levar tudo o que pode ser necessário.’ Para todas as suas viagens, ela monta um kit pensando nos problemas que podem ser encontrados pelo caminho. Tal cautela já salvou uma vida. Durante as gravações de seu programa na Tanzânia, um dos câmeras teve um edema cerebral causado pela altitude. Karina aplicou as medicações necessárias ainda no alto da montanha e ele chegou a salvo ao hospital.

A paixão pelos esportes radicais começou cedo. Aos 10 anos, enquanto as amigas pediam bonecas de presente, Karina sonhava em saltar de paraquedas. Depois de dois anos de muita insistência, conseguiu permissão dos pais para se jogar por entre as nuvens pela primeira vez.

Gostou tanto que nunca mais parou. Sua carreira na televisão começou por acaso. Em 2005, depois de ter sido vista em um campeonato de wakeboard, foi convidada a apresentar o programa de esportes Rolé, no canal pago SporTV. No ano seguinte, ganhou um quadro de aventuras na TVJam, transmitida pela internet. De lá partiu para uma temporada nos Estados Unidos, onde desenvolveu o projeto do Rota Radikal, que ofereceu à Record. Loira de olhos cor de mel, 1,67 metro, 57 quilos, Karina conta que está sem namorado. Mas não culpa seu trabalho. ‘ Se a pessoa gosta de esportes como eu, não há problema nenhum ’, diz ela, que sonha com mais um projeto radical — mergulhar no meio do gelo da Antártica.

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